Este trabalho discute a provisão estatal da habitação entre os anos de 1943 e 1975 em Manaus, Amazonas, a partir de um corpo documental que incluiu jornais, mensagens oficiais, projetos, leis, textos publicitários, imagens, mapas. Em um intervalo de significativo aumento das habitações precárias urbanas, marcado pelo incipiente planejamento urbano disciplinar e pelo esforço crescente do poder público, em promover programas de habitação pautados na mercantilização da moradia operária periférica, os conjuntos habitacionais foram marcantes como modo de estruturação de áreas de expansão urbana, influindo na configuração da paisagem cultural em transformação. Nela, se fizeram presentes outras formas de habitar e modos de vida indesejados para a imagem de cidade idealizada por administradores públicos que aspiravam ao progresso pretensiosamente advindo de uma industrialização programada, configurando um claro confronto entre o que a norma estatal pretendeu para a habitação popular e a prática social de outras formas de habitar a cidade, muitas das quais, culturalmente enraizadas
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