Esta dissertação buscou compreender a produção de moradia social construída pelas
políticas públicas do Estado na cidade de Parintins (AM), no período de 1969 a 2017,
em parceria com o Banco Nacional de Habitação (BNH) e o Programa Minha Casa
Minha Vida (PMCMV), observando a lógica que norteia as relações entre os processos
de construção, financiamento e concessão aos beneficiários na produção do espaço
urbano e na reprodução do capital. Nesse sentido, a hipótese se agrega ao fato de
que a sociedade produz seu espaço e ao tempo em que garante a reprodução para
satisfazer suas necessidades e do capital. Esse processo é local, regional e nacional
e se constitui enquanto totalidade, sendo resultado da ação de vários sujeitos sociais
que agregam estratégias e interesses próprios. Identificou-se ainda a produção dos
conjuntos habitacionais Vitória Régia, Macurany, João Novo, Vila Cristina e Parintins,
os quais perpassam várias etapas e se consolidam com a reprodução do capital
ampliado na produção da cidade, que incorpora áreas rurais em urbanas. Considerase
que os dados de campo estão bem articulados aos autores que discutem o tema
da produção da cidade. Conforme as análises realizadas, os empreendimentos
construídos e em construção em Parintins não conseguiram produzir moradia social
e nem resolver a questão fundiária-imobiliária. Embora a análise seja apenas
direcionada à questão da moradia na cidade de Parintins, pode-se sustentar que a
produção de moradia social nas cidades do interior da Amazônia é parte do processo
de reprodução ampliada do sistema capitalista se configurando, segundo diferentes
autores que tratam da produção desigual e combinada do espaço urbano.
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