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Tese
Nanopartículas de prata com efeito medicinal biologicamente sintetizadas por actinomicetos de um fragmento de floresta tropical
A Nanotecnologia é uma ciência de sistemas de tamanho nano, compreendida em uma escala de 10-9 m, que propõe criar uma nova organização estrutural capaz de apresentar comportamentos e propriedades diferentes dos materiais atualmente conhecidos e disponibilizados. Por meio da integração com a biot...
Autor principal: | Marinho, Nélly Mara Vinhote |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/1248802831056097 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2016
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5006 |
Resumo: |
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A Nanotecnologia é uma ciência de sistemas de tamanho nano, compreendida em uma escala
de 10-9 m, que propõe criar uma nova organização estrutural capaz de apresentar
comportamentos e propriedades diferentes dos materiais atualmente conhecidos e
disponibilizados. Por meio da integração com a biotecnologia, o termo “nanobiotecnologia”
pode ser empregado para definir o uso de micro-organismos em estudos voltados as indústrias
médica, farmacêutica, cosmética, dentre outras. Em virtude do seu potencial biotecnológico por
sintetizarem compostos antibacterianos, antifúngicos, antitumorais, antiparasitários, além de
outras subtâncias de interesse industrial, as bactérias filamentosas (actinomicetos) apresentam
potencial para o desenvolvimento de medicamentos por meio da síntese biológica de
Nanopartículas de Prata (AgNPs). Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial de síntese
de AgNPs com atividade antimicrobiana sobre bactérias patogênicas e fungos oportunistas,
utilizando como fonte biomoléculas de espécies de actinomicetos. Dez amostras de
actinobactérias foram selecionadas do acervo da Coleção de Cultura-DPUA e foram
subcultivados e autenticados em ISP-2A (extrato de levedura-extrato de malte, agar), com base
nas características morfológicas. A identificação em nível de espécie foi realizada pela técnica
da PCR (Reação em Cadeia da Polimerase). Para síntese biogênica de AgNPs, os actinomicetos
foram submetidos a fermentação submersa. O extrato bruto recuperado e as nanopartículas
biossintetizadas foram utilizados na determinação da atividade antimicrobiana pelo método de
difusão em ágar. As AgNPs que apresentaram ação antagônica significativa foram utilizadas
para determinação do MIC (Concentração Inibitória Mínima), Citotoxicidade e caracterizadas
por diferentes técnicas, como: espectroscopia de UV-Vis, DLS (Espalhamento Dinâmico de
Luz), DRX (Difratometria de Raios X), FTIR (Espectroscopia de Infravermelho com
Transformada de Fourier), ICP-OES (Espectroscopia Óptica de Emissão por Plasma
Indutivamente Acoplado) e TEM (Microscopia Eletrônica de Transmissão). Dos actinomicetos
avaliados, 100% expressaram as características morfológicas viáveis de Streptomyces. Pelo
teste da PCR foram identificadas as seguintes espécies, Streptomyces parvulus (40%),
Streptomyces bullii (10%), Streptomyces seoulensis (10%), Streptomyces owasiensis (10%),
Streptomyces malasyensis (20%), Streptomyces lavendulae (10%). Pelo método bloco de
gelose a atividade antimicrobiana foi confirmada e, 80% das bactérias inibiram S. aureus; 30%
M. smegmatis e 40% as Candidas (albicans, atlantica e valderwaltii). Apenas 10% dos
actinomicetos inibiram o crescimento de E. coli. Quando testado o extrato bruto frente aos
micro-organismos teste, 50% das amostras inibiram S. aureus; 30% M. smegmatis e 20%
mostrou-se eficiente contra C. albicans, C. atlantica e C. valderwaltii. Nestes testes o diâmetro
do halo variou, em média, de 12 e 29 mm. Já para as AgNPs, 100% inibiram o crescimento de
S. aureus e E. coli, com halos variando de 12 a 34 mm. Dados que indicam o amplo espectro
destes compostos bioativos. As AgNPs de Streptomyces DPUA 1549, Streptomyces DPUA
1747 e Streptomyces DPUA 1748 apresentaram ação antagônica de maior eficiência. As
AgNPs promissoras apresentaram forma esférica e tamanhos variando entre 1-40 nm.
Contudo, nanopartículas produzidas por Streptomyces sp. DPUA 1549 foram as mais
eficientes, apresentando MIC frente a S. aureus, em baixas concentrações (1,95 μM). Por meio
das imagens visualizadas em AFM foi possível observar os danos estruturais da membrana
celular de S. aureus. Nos testes de toxicidade, as AgNPs reduziram a proliferação de células
NIH-3T3. Além disso, a atividade citotóxica deste nanomaterial é dependente do tempo. Estas
evidências científicas demonstram a potencial aplicação de nanopartículas biossintetizadas por
Streptomyces sp. DPUA 1549 na elaboração de produtos para utilização nas indústrias médicas,
cosméticas e farmacêuticas |