Dissertação

Uso combinado de isoniazida e rifapentina no tratamento da tuberculose latente: um estudo de impacto orçamentário

A tuberculose é um sério problema de saúde pública e configura-se como uma das principais doenças a serem enfrentadas no Brasil e no mundo. Para conter a epidemia em todo o planeta através de prevenção, diagnóstico e tratamento adequado é estimada a necessidade de investimentos da ordem oito bilhões...

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Autor principal: Sena, Rodrigo Ramos de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8690864184245908
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2016
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5122
Resumo:
A tuberculose é um sério problema de saúde pública e configura-se como uma das principais doenças a serem enfrentadas no Brasil e no mundo. Para conter a epidemia em todo o planeta através de prevenção, diagnóstico e tratamento adequado é estimada a necessidade de investimentos da ordem oito bilhões de dólares anuais. A doença apresenta-se em duas formas: ativa e latente. Na forma ativa manifesta-se com sintomas clássicos como tosse persistente (com ou sem muco e eventualmente sangue), febre, sudorese noturna e emagrecimento, sendo transmissível. Na forma latente (ILTB), o indivíduo não apresenta nenhum sintoma e nenhum sinal do agente etiológico no exame de escarro, apesar do teste PPD ser positivo. Mediante a necessidade de impedir que a forma latente evolua para a forma ativa, no Brasil, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) recomenda o tratamento com isoniazida diariamente durante pelo menos seis meses. Entretanto, esta monoterapia tem trazido preocupações devido à hepatite induzida por isoniazida e prejuízos na adesão ao tratamento devido ao prolongado período de uso deste fármaco. Como alternativa, a combinação de isoniazida e rifapentina em doses semanais, durante três meses, tem sido o esquema farmacoterapêutico mais estudado na atualidade. De efetividade equivalente ao tratamento com isoniazida, apresenta melhores resultados em termos de adesão e por isso, maiores chances de sucesso terapêutico, devido ao menor período de terapia a que são submetidos os pacientes. O objetivo do presente trabalho foi estimar o impacto orçamentário do uso combinado de isoniazida e rifapentina no tratamento de indivíduos acometidos por tuberculose latente, na perspectiva da Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos do Ministério da Saúde do Brasil, no horizonte temporal de 2016 a 2020. Para estimação do impacto orçamentário foram delineados cenários baseados em dados epidemiológicos nacionais e estaduais de tuberculose ativa, tuberculose latente e de custos com medicamentos utilizados no tratamento da doença que são adquiridos e distribuídos pelo Ministério da Saúde do Brasil. Nestas condições, o uso combinado de isoniazida e rifapentina ocasionaria impactos ao orçamento destinado à aquisição de medicamentos para tratamento de tuberculose, da Coordenação Geral Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos da ordem de 21.05% em 2016, 18.54% em 2017, 16.93% em 2018, 15.50% em 2019 e 14.13% em 2020. A adoção de nova estratégia de tratamento (isoniazida e rifapentina por três meses), para atendimento de 100% da demanda projetada no estudo, implicaria em gastos totais de R$ 35.772.400,68 no período 2016 – 2020, requerendo a necessidade de recursos adicionais de R$ 33.631.832,08 aos gastos com tuberculose da Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos – CGAFME, para o mesmo período.