A temática que abarca o adolescente e o ato infracional desperta elevado interesse científico e
social, tanto para a compreensão dos motivos que os predispõem ao conflito com a Lei, como
para o fortalecimento dos discursos que visam à responsabilização e culpabilização destes
pelos altos índices de violência. Considerando a necessidade de aprofundar conhecimento
sobre o envolvimento do adolescente com a prática infracional, sua continuidade e
descontinuidade, o presente trabalho pretendeu compreender a partir da história de vida de um
jovem egresso de medida socioeducativa como os sentidos atribuídos ao ato infracional foram
construídos. A base teórico-epistemológica que norteou o presente trabalho compreende a
adolescência em uma perspectiva sócio-histórica e a produção de sentidos subjetivos. A
abordagem metodológica utilizada foi de cunho qualitativo. Foi realizado um estudo de caso
a partir de um roteiro de entrevista semi-estruturada utilizando-se como método de analise a
perspectiva narrativa da Rede de Significações-RedSig. Como resultados os sentidos
atribuídos foram: Saber o gosto/Curiosidade; Dinheiro Fácil; Trabalho; Que não devia ser
conhecido; Identidade de bandido; “Adrenalina”; Perda da infância; Só destruição;
Proporcionar o uso de drogas, Sobrevivência; Risco; Se colocar no lugar do outro; Rejeição;
Essa vida não é para mim; Morte; Exemplo. Os sentidos de ato infracional variaram de acordo
com as vivências e contextos interacionais. A infração surge como um caminho possível em
determinado momento de sua trajetória, não sendo necessariamente o único curso disponível,
o que foi demonstrado ao longo e diante do contexto que se apresentava, assim como, também
surge, como prática a ser evitada, na afirmação de outras identidades.
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