/img alt="Imagem da capa" class="recordcover" src="""/>
Dissertação
Filogeografia comparativa e diversidade genética de espécies do gênero Hylaeamys (Rodentia: Sigmodontidae)
Estudos filogeográficos têm ajudado a esclarecer o contexto espacial e temporal da diversificação de organismos amazônicos. Em vista do atual estado de degradação ambiental e dos futuros impactos previstos com a implantação dos planos de desenvolvimento propostos para a Amazônia, faz-se necessári...
Autor principal: | Nunes, Mário da Silva |
---|---|
Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/3371969830461824 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2017
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5420 |
Resumo: |
---|
Estudos filogeográficos têm ajudado a esclarecer o contexto espacial e temporal da
diversificação de organismos amazônicos. Em vista do atual estado de degradação
ambiental e dos futuros impactos previstos com a implantação dos planos de
desenvolvimento propostos para a Amazônia, faz-se necessário a compreensão da dinâmica
evolutiva da biota da floresta da planície amazônica. Sendo assim, este trabalho teve como
meta, fornecer informações que elevem o conhecimento taxonômico e biológico para as
espécies do gênero Hylaeamys (H.megacephalus, H.yunganus e H.perenensis), que
possuem distribuição predominantemente Amazônica, testando a existência de estrutura
populacional para cada espécie e se o padrão filogeográfico possui concordância com sua
distribuição geográfica. Foi utilizado um total de 254 indivíduos distribuídos por 43
localidades, sendo 151 indivíduos para H. megacephalus, provenientes de 35 localidades;
80 indivíduos de H. perenensis por 14 localidades e 23 indivíduos de H. yunganus de oito
localidades. Os estudos moleculares foram baseados no sequenciamento de 947 pares de
bases do gene mitocondrial citocromo b. As relações filogenéticas entre as populações
foram avaliadas pela construção de árvores pelo método de máxima verossimilhança (MV) e
a diferenciação genética através da análise de variância molecular (AMOVA) e das
estimativas de Fst. Para H.perenensis, a análise de AMOVA, realizada para testar a
estrutura populacional considerando o rio Juruá como barreira geográfica, revelou que a
maior parte da variância (96,15%) foi dentro das populações e apenas 3,85% (Fst = 0,03851;
P=0,00366) da variação pôde ser explicada por diferenças entre populações. Mesmo
considerando um Nm=12,48, os valores de Fst foram significantes, indicando uma
estruturação genética moderada. Para H.yunganus, considerando a baixa amostragem
obtida, não foi possível abordar a questão dos rios como barreira através de uma análise
genético-populacional. Considerando-se apenas a distribuição dos haplótipos, os resultados
são semelhantes aos reportados por Patton e colaboradores (2000), onde a o rio Juruá não
constitui barreira ao fluxo gênico. Para H. megacephalus, a topologia da árvore de MV
evidenciou a presença de quatro clados distintos estruturados geograficamente, com
elevado suporte e distância genética média entre eles de 4,8%, com variação de 0,2% a
9,6%. Nos trabalhos de Patton et al. (2000) e Costa (2003), os valores médios das distâncias
genéticas (5,3% e 8,7%, respectivamente) foram similares aos encontrados no presente
estudo (7% e 8%), para populações ao norte e ao sul do rio Amazonas. Neste cenário, a
diversidade genética apresentada por H. megacephalus está de acordo com o modelo de
especiação alopátrica, sendo o rio Amazonas uma barreira geográfica para o fluxo gênico.
Os níveis de divergência genética, considerando-se os valores reportados para roedores,
não permitem descartar totalmente a possível existência de um complexo de espécies no
que hoje é reconhecido como H. megacephalus. Entretanto, para o estabelecimento do
status taxonômico das quatro linhagens reconhecidas, seria necessário a realização de
estudos adicionais sobre outros parâmetros desses organismos, como características
morfológicas, ecológicas, e de sua história natural. |