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Dissertação
Tempo e espaço na Amazônia Colonial: da Vila de Ega a cidade de Tefé século XVIII e XIX
Descrever a periodização colonial e imperial da área que corresponde ao atual estado do Amazonas e reconstruir a geohistória de Tefé e sua espacialização de Vila à Cidade foi o objetivo principal desta dissertação. Para tanto, após revisão da literatura, buscou-se compreender a produção das vilas...
Autor principal: | Santos, Sandriele Pessoa dos |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/8667167558776315 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2017
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5457 |
Resumo: |
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Descrever a periodização colonial e imperial da área que corresponde ao atual estado do
Amazonas e reconstruir a geohistória de Tefé e sua espacialização de Vila à Cidade foi o
objetivo principal desta dissertação. Para tanto, após revisão da literatura, buscou-se
compreender a produção das vilas portuguesas no vale amazônico que surgem especialmente
a partir da política pombalina levada a efeito em meados do século XVIII. Descreve-se como
o poder da Igreja e do Estado se constituíram nos principais agentes transformadores do
território e como se deu a “ocupação” da fronteira setentrional. Evidencia o papel que a Vila
de Ega teve na configuração da Colônia portuguesa do Norte. Partiu-se da hipótese, que a
dimensão territorial que articula a rede embrionária de vila e lugares que vão surgindo de
modo linear ao longo do rio Solimões não foi "obra do acaso". Esta seria decorrente da
posição e situação geográfica de cada vila. Ega em particular, teve o local de implantação
escolhido por ser central e representar a equidistância em relação ao Vale do Rio Negro, onde
se localizava a vila da Barra mais tarde Manaus, e a fronteira Oeste em Tabatinga. Portanto,
se constituía um ponto estratégico na consolidação dos limites da Colônia portuguesa no
Norte. Em decorrência de sua posição, as relações econômicas e sociais se intensificaram
entre portugueses e espanhóis permitindo a Ega, depois Tefé, o título de entreposto comercial.
Isso passou a lhe conferir amplo domínio e influência no território. Apesar disso, a pesquisa
documental e a análise do relato dos viajantes identificou que a construção do espaço da vila
se estruturou carente de um plano urbano normatizado. Baseou na criação de ruas
desordenadas com habitações e edificações toscas semelhantes a outras vilas criadas no
mesmo período. Em meados do século XIX os acontecimentos relacionados à elevação do
Amazonas a Província em 1850, a criação da Comarca do Solimões em 1853 e com sede em
Ega e a introdução da navegação a vapor na Amazônia criaram as condições de melhoria da
estrutura da vila e eram condicionantes para a elevação à condição de cidade em 1855. Com
isso, surgem novas construções para abrigar o aparelho administrativo transplantado da
capital. Foi impulsionada à ida de servidores públicos e a reorganização espacial do núcleo,
pela implantação de infraestruturas e transformação da morfologia da cidade decorrente dos
aterros de enseadas e igarapés, abertura de novos quarteirões, construção do novo cemitério,
da Igreja Matriz de Santa Tereza D’Ávila, da Capela do Bom Jesus de Tefé, de escolas
públicas, novas ruas e praças. Estas transformações são relatadas pelos viajantes e descritas
no Relatório dos Presidentes da Província de 1852 a 1857. Conclui-se que a criação de Ega
mesmo não sendo precedida de um plano não se constituiu em obra do acaso, mas como parte
da estratégia de consolidação da fronteira norte da colônia portuguesa na América. |