/img alt="Imagem da capa" class="recordcover" src="""/>
Dissertação
Chuva branca: rastreando a Biblioteca Amazônica em um romance de Paulo Jacob
Chuva branca é o romance de maior repercussão do escritor judeu-amazonense Paulo Jacob, saudado por autores como Jorge Amado, Antônio Olinto e Assis Brasil. Foi a obra por meio da qual ele conseguiu transpor algumas barreiras regionais e chegou a ensaiar uma aparição em nível nacional. Empregando...
Autor principal: | Souza, Jamescley Almeida de |
---|---|
Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/8062765111302059 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2017
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5516 |
Resumo: |
---|
Chuva branca é o romance de maior repercussão do escritor judeu-amazonense Paulo Jacob,
saudado por autores como Jorge Amado, Antônio Olinto e Assis Brasil. Foi a obra por meio
da qual ele conseguiu transpor algumas barreiras regionais e chegou a ensaiar uma aparição
em nível nacional. Empregando o regionalismo documentarista, Paulo Jacob representa uma
tipologia de homem amazônico a partir de seus dramas e de sua luta contra a pobreza, a partir
de suas crenças e cultura. Este trabalho, ao investigar a intertextualidade, tem como objetivo
geral tentar rastrear a biblioteca amazônica que teria exercido poder de modelização sobre a
escritura de Chuva branca, mostrando especificamente: que os temas sobre a realidade
amazônica que aparecem com expressividade no romance vêm da Amazônia ribeirinha, a
saber, o homem na Amazônia, a pobreza, o imaginário, o sagrado e a cultura indígena; q ue,
embora o intertexto nem sempre seja de fácil detecção, é possível fazer relações intertextuais
com obras pertencentes à biblioteca amazônica, prováveis leituras de Paulo Jacob, como é o
caso de algumas ligadas à Sociologia e Antropologia; que a construção discursiva de Paulo
Jacob, ao tentar representar o homem na Amazônia a partir de seus dramas e lutas, acabava
tendo cunho documentarista com o fim de divulgar a cultura e de mostrar uma parte
significativa de uma região isolada e desconhecida; e que lendo Chuva branca hoje, cerca de
50 anos depois, sabemos que entre o horizonte de expectativa da obra e a nossa leitura
erguem-se profundas mudanças econômicas, históricas e sociais ocorridas não somente na
realidade amazônica como na realidade mundial. Isso evidencia que a Amazônia que foi
representada em Chuva branca é certamente menos isolada, menos rural e permeada pela
tecnologia e pela urbanização, e o olhar do leitor sobre o romance, ao passar pelos seus
contextos temporais, renovou-se. É oportuno dizer que a minha pesquisa encontra-se
fundamentada na teoria da Estética da Recepção, ligada a Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser,
seus principais expoentes. Obviamente que a pesquisa não se mantém dentro de todos os
limites da metodologia sugerida pela teoria, mas relaciona-se com ela por meio de alguns
conceitos fundamentais, como horizonte de expectativas e fusão de horizontes. Por fim,
defendo que o que alguns autores da biblioteca amazônica, tais como sociólogos e
antropólogos, fazem com as suas ciências no tocante à documentação do homem amazônico e
das suas condições, Paulo Jacob o faz por meio da representação, da construção discursiva e
de seus personagens. Ele acaba divulgando, ao Brasil, uma parte significativa de seu próprio
rosto. |