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Tese
O homem, o rio e o viveiro: as relações de poder que entrelaçam o trabalho da piscicultura em Benjamin Constant, no Amazonas
Esta tese está assentada numa perspectiva interdisciplinar de compreensão do homem amazônico e sua condição social na Amazônia, na busca de analisar em que sentido a expansão do capital na região tem interferência nas práticas sociais do trabalho e na organização econômica dos piscicultores de Be...
Autor principal: | Ferreira, Marinilde Verçosa |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/0334395266472345 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2017
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5594 |
Resumo: |
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Esta tese está assentada numa perspectiva interdisciplinar de compreensão do homem
amazônico e sua condição social na Amazônia, na busca de analisar em que sentido a expansão
do capital na região tem interferência nas práticas sociais do trabalho e na organização
econômica dos piscicultores de Benjamin Constant, no Amazonas, enfatizando as estratégias
forjadas pelo trabalhador da piscicultura para se inserir no mercado de trabalho. O Estado
brasileiro como agente promotor e indutor do desenvolvimento voltou sua atenção para as elites
nacional e local sob a diretriz do grande capital, em detrimento das comunidades tradicionais,
dos recursos naturais e do trabalho dos povos tradicionais que têm na região o seu único espaço
de sobrevivência. A presença do capital na Amazônia com seu cariz explorador, ao longo do
seu processo histórico, interferiu negativamente na vida dos povos tradicionais. A ineficiência
de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do interior amazônico continua residual e,
no caso dos trabalhadores da piscicultura, os benefícios sociais são inexistentes. O estudo, ora
apresentado, elegeu como sujeitos da investigação os piscicultores da Associação dos
Piscicultores de Benjamin Constant/AM, região do Alto Solimões, ouvidos sob a técnica de
entrevista profunda. A pesquisa foi desenvolvida sob o aporte teórico-metodológico das
ciências sociais, tendo na Sociologia, Antropologia, História e na Economia um diálogo fértil
na perspectiva interdisciplinar. Dentre os múltiplos resultados constatados ficou claro o fato de
que a piscicultura não tem grande impacto no orçamento das famílias, mas tem importância
como renda complementar, representa a garantia das refeições e uma pequena renda extra.
Ademais, é patente o fato de que sem a ação indutora do Estado a piscicultura popular sob o
fluxo do trabalho do pequeno produtor, não consegue desenvolver-se para além da atividade de
subsistência, chegando até o mercado de trabalho. Deve-se reconhecer, por fim, que há
necessidade de implantação de uma nova racionalidade de trabalho voltada para o
desenvolvimento do homem amazônico, o qual conta com a generosidade da natureza e suas
potencialidades regionais. A economia solidária, neste sentido, apresenta-se como estratégia
viável forjada pelos próprios trabalhadores, direcionada para o desenvolvimento da piscicultura
popular, ou seja, voltada para dinamizar os empreendimentos e, por conseguinte, produzir em
volume e competir no mercado, contribuindo para o empoderamento do homem amazônico. |