Nos últimos vinte anos, o Brasil presenciou a circulação, com maior evidência, dos chamados jornais populares, os quais realizam uma abordagem voltada para as demandas das comunidades locais, com registros destacados dos casos de violência, dos problemas nas áreas de saúde, educação, segurança, dentre outros. O surgimento, em maior escala, desses impressos decorreu, por um lado, das mudanças econômicas ocorridas no país especialmente na última década, mudanças essas que favoreceram maior consumo, inclusive desses produtos, com o advento de um público-leitor com interesses particulares e expectativas diferenciadas daquelas identificadas na imprensa tradicional. Noutra ponta, os jornais populares apresentam-se como uma alternativa à democratização e acesso à informação, utilizando-se das referências das localidades onde circulam, o que se reflete na linguagem, no formato e nas abordagens realizadas. A realização desta pesquisa, que se propôs a observar o perfil ecossistêmico de tais impressos, utilizando da base teórica dos Ecossistemas Comunicacionais, área em plena expansão nos estudos da Comunicação, bem como da Sociolinguística e de referências da Ecolinguística, apresentou-se como importante, pois nos ajudou a entender o papel dos jornais populares no meio social e as implicações de sua existência. Com a opção da pesquisa documental e bibliográfica, e através da análise das capas de três periódicos que circulam diariamente na cidade de Manaus, entendemos que foi possível avançar numa compreensão mais abrangente desses impressos.
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