O cimento é o segundo produto mais consumido no mundo, perdendo apenas para a água. Esse motivo tem levado vários pesquisadores a buscarem novos materiais que possam substituir parcialmente o uso do cimento, com menor custo e menor impacto ao meio ambiente. O aproveitamento de resíduos industriais como o resíduo cerâmico (RC) em substituição parcial ao cimento Portland (CP) na produção de pastas, argamassas e concretos, reduz o custo da matéria prima, além de poder contribuir com o meio ambiente, visto que cada tonelada de CP gera uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) que é liberado na atmosfera. Desta maneira, o RC pode ser aproveitado como matéria prima na construção civil, minimizando o impacto ambiental e de forma sustentável gerando emprego e renda para as comunidades do Polo Cerâmico. Neste contexto, um programa experimental foi implementado para avaliar diferentes teores de RC (0%, 10%, 20%, 30%, 40% e 50%) na substituição parcial do cimento Portland na produção de microconcreto. Ensaios físicos (massa específica, granulometria, difração de raio X e termogravimetria TG/DTG) e químico (fluorescência de raios X) foram utilizados na caracterização do RC e do CP e ensaios mecânicos (compressão axial aos 7, 14 e 28 dias) na caracterização dos microconcretos. Os resultados indicaram que o RC apresentou propriedades pozolânicas de acordo com a norma NBR 12653:2014 e que os microconcretos produzidos com o teor de 30% de RC apresentaram a maior redução do teor de hidróxido de cálcio (cerca de 62%) e melhores propriedades mecânicas, com resistências da ordem de 55,63 MPa e 62,00 MPa aos 14 e 28 dias, respectivamente. Tais resultados apontam o potencial do RC como material pozolânico na produção de microconcretos.
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