Dissertação

O extrativismo e comercialização da castanha-do-brasil no município de Tefé - Médio Solimões/AM

O município de Tefé é um grande produtor de castanha-do-brasil, essa atividade influenciou na formação e organização do município dando origem a diversas comunidades, portanto a pesquisa tem o objetivo de compreender o processo de extração e comercialização da castanha-do-brasil (Bertolletia excelsa...

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Autor principal: Barbosa, Salatiel de Lima
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9670575623249366
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2017
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6055
Resumo:
O município de Tefé é um grande produtor de castanha-do-brasil, essa atividade influenciou na formação e organização do município dando origem a diversas comunidades, portanto a pesquisa tem o objetivo de compreender o processo de extração e comercialização da castanha-do-brasil (Bertolletia excelsa H.B.K) no município de Tefé — Médio Solimões (AM) nas comunidades do Jutica e Marajó, mediante o processo produção e reprodução do capital, identificando o território da castanha-do-brasil, demonstrando os sujeitos sociais envolvidos e descrevendo as técnicas de exploração dos castanhais. A base teórica e metodológica fundamenta-se na pesquisa participante, com realização de levantamento bibliográfico e documental sobre o extrativismo comercialização da castanha-do-brasil, levantamento de fontes primárias com trabalho de campo cujos procedimentos baseados em entrevistas abertas com castanheiros e comerciantes, e observação participante e direta nos castanhais afim de descrever e documentar a prática de manejo por meio de registros fotográficos. A escolha pelas comunidades do Jutica e Marajó ocorreu devido as suas características bem distintas em relação a extração e comercialização da castanha-do-brasil. Na comunidade do Jutica o território de exploração da castanha é de propriedade privada, nesse caso, o proprietário possui 12 colocações (são áreas de maiores concentrações de castanheiras denominados de castanhais), geralmente o proprietário designa o chefe da unidade familiar a tomar conta de uma colocação, em uma relação de pertencimento como a colocação o morador se diz dono, e com ajuda da família desempenham a exploração de maneira autônoma, muitos deles, são colocados há mais de 30 anos e adquiriam o direito de usufruto por meio de seus pais que o indicaram a serem os novos colocados. A renda familiar dos colocados está contida na quantidade de castanha que conseguem coletar. A relação de trabalho passa pelo processo de subordinação, mediante a posse da propriedade, em uma espécie de sujeição e subordinação repassam toda a produção para o proprietário, que controla a produção e comercializa por meio de uma empresa sediada na própria comunidade. Na comunidade do Marajó, as áreas de concentração das castanheiras são áreas de uso comum de livre acesso aos comunitários, qualquer morador da comunidade pode realizar a coleta das castanhas. Além dessas áreas, os moradores também realizam a atividade de coleta no Distrito de Caiambé limitado apenas pelo lago do Jutica, evidenciando o interesse de usufruto comum. Na comercialização da castanha-do-brasil, é caracterizado pela monopolização do território pelo capital, foram identificados dois principais comerciantes, o primeiro o proprietário do Jutica e o segundo, um comerciante da cidade de Tefé que atua como intermediário, a produção deste é destinada a uma empresa paraense. Os comerciantes conseguem se apropriar da produção por meio da arregimentação de moradores da própria comunidade, continuando a exploração capitalista da apropriação do território pelo capital