INTRODUÇÃO
Diante do seu lugar de trabalho, neste cenário a imagem de um homem em um
ambiente cheio de peças que preenchem estantes e a parte aérea do lugar aparentam o aspecto
de uma mercearia. Um lugar onde o descartável, o lixo, constitui uma real peça de decoração.
Peças de múltiplas funções, cores e tamanhos preenchem todos os espaços, nelas
espalhadas caixas abertas, aparelhos em uma bancada e outros produtos que habitam o lugar
temos: televisões abertas, videocassetes, ventiladores, toca-discos, aparelhos de som,
computadores, e dentre outros equipamentos esperando por conserto.
E claro, as ferramentas estão por todos os lugares: óculos de precisão, ferro de solda,
medidor de tensão, chaves de fenda de todos os tamanhos e diversos parafusos, espelho,
pinças, torno, pranchas de madeira para apoio, tamboretes, lâmpadas, tubos de imagem,
placas das mais diversa e etc, enfim este lugar se chama oficina.
É neste lugar que encontramos o sujeito deste estudo em questão: o técnico eletrônico.
Possuidor de uma técnica e adestrado diante das mais variadas situações em que seu serviço é
aplicado para resolver um defeito. A sua dedicação para que o serviço seja bem feito e o
cliente satisfeito, faz toda a diferença dentre o trabalhador na linha de produção e este que
detêm o seu tempo.
A ligação deste homem, o técnico-eletrônico com a razão pré-tecnólogica1 e a
tecnológica: é a própria técnica; esta mesma, constitui-se em uma intervenção humana, por ele
desenvolvida e controlada durante todo tempo. Este trabalho que envolve o sujeito citado e o
processo que o une às duas lógicas, portanto, tem por objetivo principal entender o artesanato
industrial contemporâneo. Relembram a casa como lugar não só de moradia, mas como
reprodutor social em todas as dimensões do humano.
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