Tese

Conservação de quelônios como processo educativo em comunidades ribeirinhas amazônicas

As comunidades ribeirinhas da Amazônia são formadas por uma população heterogênea, que tem como principais integrantes as diferentes etnias indígenas que se misturaram aos brancos, principalmente portugueses e nordestinos que vieram para a região Amazônica no tempo áureo da borracha. Essa população...

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Autor principal: Lima, Aldeniza Cardoso de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5454027915668646
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2018
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6280
Resumo:
As comunidades ribeirinhas da Amazônia são formadas por uma população heterogênea, que tem como principais integrantes as diferentes etnias indígenas que se misturaram aos brancos, principalmente portugueses e nordestinos que vieram para a região Amazônica no tempo áureo da borracha. Essa população guarda consigo um tesouro cultural inestimável sobre a sobrevivência, o uso das plantas da floresta, o uso da terra e o manejo dos recursos naturais, em especial para essa pesquisa aquáticos da bacia Amazônica. Neste contexto surge o manejo participativo local para fortalecer e articular o conhecimento técnico/científico e o empírico na conservação para o uso da biodiversidade Amazônica, em especial os quelônios. O Projeto Manejo Comunitário de Quelônio (Pé-de-Pinha), coordenado pela Universidade Federal do Amazonas, que surgiu há 17 anos, nas comunidades do Médio Rio Amazonas e do Juruá, com o objetivo de conservar as populações de quelônios de forma participativa. O objetivo desta pesquisa foi analisar a conservação dos quelônios como processo educativo desenvolvidos pelo projeto Pé-de-Pincha, visando a sustentabilidade dessa prática de base comunitária. A análise das informações foi geradas pelo Projeto Pé-de-Pincha, coletadas dos relatórios anuais do projeto, entre 1999 e 2014 e também de um questionário semi estruturado aplicado 12 comunidades, sendo oito comunidades com manejo de quelônios (CCMQ) duas de cada município (Parintins: Santa Rita da Valéria e Sabina, Barreirinha: Piraí e São Paulo do Açú; Oriximiná: Ascenção e S. João; Terra Santa: Núcleo do Piraruacá e Jauaruna) e quatro comunidades sem manejo de quelônios (CSMQ) sendo uma de local, Parintins: N. S. de Nazaré do Zé Açú; Barreirinha: N. S. de Nazaré; Oriximiná: São Sebastião; Terra Santa: Boca do Piraruacá.a. Adotou-se o enfoque analítico dos processos envolvidos na conservação dos quelônios utilizado pelo projeto, dando ênfase nas variáveis que indicam troca de conhecimento, benefícios e lacunas. Dentre os principais resultados e considerações, destacam-se: a) a busca do conhecimento cientifico pelos moradores como forma de combate à exploração descontrolada dos quelônios (Podocnemis expensa e P. unifilis); b) a gestão de caráter participativo-comunitário dos quelônios desenvolvida pelo projeto Pé-de-Pincha, que envolveu instituições locais como cooperativas, escolas, postos de saúde e algumas prefeituras; c) os processos participativos que tiveram como objetivo a aprendizagem coletiva sobre o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Conclui-se que as comunidades perceberam e reconheceram a influência da participação social que resultou no aumento da população de quelônios, na melhora da convivência das famílias, no maior envolvimento e valorização das comunidades e no fortalecimento das organizações comunitárias.