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Tese
Corpo negro e saúde: um estudo sobre Afrobrasileiros, Aids e Ações afirmativas
Esta tese sustenta que, em um momento singular no contexto nacional e internacional, aproveitado com perspicácia por um conjunto de militantes engajados e altamente qualificados no debate público, foi possível que uma série de demandas das organizações políticas do Movimento Negro pudessem ser pa...
Autor principal: | Silva, Adailton da |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/1058776400368937 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2018
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6419 |
Resumo: |
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Esta tese sustenta que, em um momento singular no contexto nacional e internacional,
aproveitado com perspicácia por um conjunto de militantes engajados e altamente
qualificados no debate público, foi possível que uma série de demandas das organizações
políticas do Movimento Negro pudessem ser parcialmente atendidas através do Programa
Estratégico de Ações Afirmativas População Negra e Aids (PEAAPNA). Estes militantes
alternaram-se em espaços específicos como: os espaços de produção acadêmica sobre saúde,
as organizações da sociedade civil de militância política do enfrentamento do racismo antinegro,
organizações internacionais e instâncias de gestão de políticas públicas. Desde a
compreensão de certos usos da noção de saúde em antropologia, chega-se a situar o tema
desta tese por seu foco em uma política de Ações Afirmativas (AA) para a saúde dos negros
no Brasil. Na proposição de um olhar crítico sobre como o corpo negro foi introduzido como
questão na discussão antropológica a partir do Século XIX, destaca-se o diálogo com as
ciências da saúde. Levando em conta o modo como a antropologia caracterizou os africanos e
seus descendentes em uma condição de quase-humanidade, esteve notadamente apontada a
ausência de plena saúde, seja por hábitos e contextos insalubres, por herança cultural e
biológica, ou organização social incapaz de prover adequadas condições de vida. Emerge
destas formulações o debate entre a antropologia colonialista e a militância pan-africanista,
com características depreciativas na comparação entre o processo de construção do
reconhecimento da diferença de afroamericanos e ameríndios na comunidade das nações. Isto
contribuiu para a proliferação de certa formulação do lugar destinado aos africanos e seus
descendentes na narrativa que trata da epidemia de Aids no mundo. É com destaque à
contribuição de diferentes setores dos movimentos negros na construção da Política Nacional
de Atenção Integral a Saúde da População Negra (PNAISPN) e sua relação com o
PEAAPNA que se explicita a correlação construída entre as ferramentas conceituais da AA e
de Saúde da População Negra. |