Tese

Avaliação da atividade leishmanicida de Annona mucosa, A. sericea e Ephedrantus amazonicus frente a Leishmania amazonensis, L. braziliensis e L. guyanensis

A leishmaniose é uma doença infecciosa zoonótica, causada por protozoários do gênero Leishmania, amplamente distribuída em regiões tropicais e subtropicais. Constitui um crescente problema de saúde pública e é considerada uma das endemias de interesse prioritário. Tendo em vista dificuldades de apli...

ver descrição completa

Autor principal: Lima, Janaína Paolucci Sales de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/1326791226701780
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2018
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6505
Resumo:
A leishmaniose é uma doença infecciosa zoonótica, causada por protozoários do gênero Leishmania, amplamente distribuída em regiões tropicais e subtropicais. Constitui um crescente problema de saúde pública e é considerada uma das endemias de interesse prioritário. Tendo em vista dificuldades de aplicação e toxicidade encontradas em tratamentos com as drogas disponíveis no mercado, um grande número de espécies botânicas é investigado como fontes alternativas de substâncias antileishmania. Neste contexto a família Annonaceae possui destaque, várias espécies apresentam moléculas potencialmente bioativas. Assim, as espécies Annona mucosa, Annona sericea e Ephedranthus amazonicus foram avaliadas em culturas de promastigotas de Leishmania spp in vitro. Os extratos orgânicos de A. mucosa apresentaram atividade frente a L. amazonensis, com concentração inibitória de 50% (CI50) entre 9,32 - 46,54 μg/mL; frente a L. braziliensis, com CI50 entre 27,42 - 170,15 μg/mL e frente a L. guyanensis com CI50 entre 16,23 - 165,02 μg/mL. Os extratos orgânicos de A. sericea foram avaliados frente a L. amazonensis e L. braziliensis sendo observado, CI50 entre 0,40 - 55,86 μg/mL frente a L. amazonensis e CI50 entre 86,21 - 151,82 μg/mL frente a L. braziliensis. Os extratos orgânicos de E. amazonicus foram avaliados frente a L. amazonensis e L. braziliensis sendo observado, CI50 entre 2,47 - 2,57 μg/mL frente a L. amazonensis e CI50 de 265,45 μg/mL frente a L. braziliensis. A partir do extrato em diclorometano das folhas foram isolados e identificados os alcalóides liriodenina (1) e atheroespermidina (2). O alcalóide liriodenina, principal alcalóide isolado deste extrato, apresentou atividade frente a L. amazonensis, L. braziliensis e L. guyanensis, sendo observado respectivamente, CI50 de 1,43; 55,92 e 0,84 μg/mL. Com base nos resultados apresentados e a perspectiva de maior disponibilidade de cultivo, a espécie A. mucosa foi selecionada para avaliação in vitro frente a formas amastigotas de L. amazonensis. O alcalóide liriodenina e os extratos orgânicos de A. mucosa foram ativos frente a formas amastigotas intracelulares de L. amazonensis, sendo observada redução de 80% de macrófagos infectados e eliminação de 70% de amastigotas intracelulares. O extrato diclorometano e hexânico das folhas de A. mucosa foram selecionados para avaliação in vivo no tratamento de leishmaniose cutânea experimental em camundongos BALB/c causada por L. amazonensis. As pomadas formuladas a base dos extratos foram eficazes no tratamento da lesão cutânea tanto na aplicação tópica quanto na aplicação intraperitoneal. Os resultados são promissores e estimulam a continuação dos estudos de A. mucosa visando à elaboração de um potencial produto leishmanicida.