Dissertação

Práticas discursivas no cotidiano e a construção de sentidos sobre o cuidado em saúde mental

O interesse pelo tema da pesquisa perpassa pela implicação subjetiva da autora, construída em seu contexto histórico-cultural, e por sua atuação profissional em um CAPS da cidade de Manaus, na prática de cuidados em saúde mental. Percebendo a complexidade e os desafios das demandas acompanhadas pela...

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Autor principal: Prado, Juliana de Souza Izidio do
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/2431034154261833
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2018
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6790
Resumo:
O interesse pelo tema da pesquisa perpassa pela implicação subjetiva da autora, construída em seu contexto histórico-cultural, e por sua atuação profissional em um CAPS da cidade de Manaus, na prática de cuidados em saúde mental. Percebendo a complexidade e os desafios das demandas acompanhadas pela equipe interdisciplinar desse serviço especializado, e buscando por possibilidades que se mostrem potentes no cuidado, essa pesquisa pretende analisar os sentidos construídos sobre o cuidado no cotidiano de um serviço substitutivo na cidade de Manaus, a partir das mudanças na política pública de atenção à saúde mental. O referencial teórico utilizado aborda as mudanças paradigmáticas do modelo de atenção à saúde mental, que sustentam o processo de reforma psiquiátrica brasileiro, com a inclusão de fatores psicossociais nas relações de cuidados à saúde, e na prática da clínica psicossocial, que se fundamenta no trabalho interdisciplinar e em rede de cuidados integrais para a produção da autonomia. Partindo deste pano de fundo, traça-se o percurso histórico da mudança no modelo das práticas de cuidados em saúde mental em um contexto geral e na cidade de Manaus, que reflete um atraso na implantação da política e efetivação da RAPS, bem como a estadualização das ações e ausência dos atores municipais em sua execução, caracterizando uma rede desarticulada e com um número insuficiente de serviços. A base metodológica para o desenvolvimento do estudo se constitui a partir da perspectiva construcionista, com centralidade na linguagem, em que as práticas discursivas cotidianas são construtoras de sentidos. Para tanto, foi realizada observação participante nos micro lugares em que essas práticas se constroem no cotidiano, onde foram colhidas narrativas ficcionais construídas a partir do vivido, do falado e do ouvido sobre o campo tema da pesquisa, a fim de conhecer os sentidos das mudanças no modelo de atenção em saúde mental, para a vida dos sujeitos/usuários e para as práticas dos profissionais atuantes nos serviços da RAPS. Com as narrativas como unidades de análise, reflete-se sobre a experiência de sofrimento relacionada à condição de exclusão e desigualdade social vivenciada pelos sujeitos/usuários e sobre as contradições que se fazem presentes no cotidiano, considerando os desafios e as potencialidades para a efetivação do cuidado psicossocial.