Enquanto felicidade é a percepção de satisfação de si mesmo em relação à vida, Bem Viver diz respeito à satisfação de um coletivo em relação aos diversos aspectos da vida. Essa tese faz uma análise da ideia contemporânea de felicidade compartilhada pelo mundo ocidental e a ideia de Bem Viver compartilhada pelo povo indígena Baniwa. Realizou-se um estudo de caso com o povo Baniwa, que vive na Amazônia, e que detém uma concepção de felicidade coletiva denominada Matsiakaro Wemaka, ou Bem Viver, e foram analisados os instrumentos e a sustentabilidade do Bem Viver Baniwa em comparação com o ideal de felicidade ocidental. A ideia contemporânea de felicidade corrente no ocidente está, em boa medida, baseada no consumo de bens materiais e na satisfação momentânea que o consumo proporciona, ao mesmo tempo em que o Bem Viver é baseado nas relações de reciprocidade, cuidado coletivo, na gestão coletiva dos bens comuns construída historicamente. Com base nessa comparação, a tese defende que essa ideia de felicidade ocidental é insustentável ambiental, econômica, cultural e socialmente; ao mesmo tempo apresenta a perspectiva do Bem Viver, como referência para uma vida coletiva mais sustentável, especialmente no contexto de crise planetária e mudanças climáticas que estamos vivenciando.
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