Dissertação

Vivências de prazer-sofrimento no trabalho de Técnico-Administrativos em Educação de uma instituição federal de Minas Gerais

O trabalho é em si um elemento propulsor de energias internas humanas, pois por meio do trabalho o homem realiza e constrói o meio onde vive e interage com outras pessoas, além de formar parte de sua identidade. A presente pesquisa foi realizada com técnico-administrativos em educação de uma institu...

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Autor principal: Moreira, Helda da Silva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9481572395033184, https://orcid.org/0000-0003-3445-5073
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2019
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6943
Resumo:
O trabalho é em si um elemento propulsor de energias internas humanas, pois por meio do trabalho o homem realiza e constrói o meio onde vive e interage com outras pessoas, além de formar parte de sua identidade. A presente pesquisa foi realizada com técnico-administrativos em educação de uma instituição pública federal na cidade de Juiz de Fora – Minas Gerais. O objetivo foi compreender os processos psicodinâmicos que agravam o sofrimento no trabalho e as principais formas de subversão do sofrimento em prazer/satisfação de trabalhadores de um instituto federal de educação em Minas Gerais, usando como referencial a Psicodinâmica do Trabalho, arcabouço teórico proposto por Christophe Dejours (1980). A abordagem usada na pesquisa foi a qualitativa, com uso do método de entrevista semiestruturada e observação participante. Como técnica de análise dos dados, utilizou-se a adaptação proposta por Moraes (2010) à Análise de Teoria Fundamentada – Grounded Theory ou Método da Comparação Constante, que após serem sistematizados foram analisados e articulados com a base teórica da Psicodinâmica do Trabalho e com alguns fundamentos teóricos da psicossociologia, sociologia clínica do trabalho e administração pública. Os resultados da pesquisa indicaram que as principais categorias agravantes do sofrimento no trabalho são a sobrecarga, falta de reconhecimento por parte dos superiores e colegas, conflitos interpessoais, competição, invisibilidade, falta de identificação com o trabalho, realização de atividades burocráticas, condutas patrimonialistas e gerencialistas e assédio moral. As vivências de prazer aparecem vinculadas ao convívio com os demais colegas, realização de atividades dentro do campo de formação, o atendimento às pessoas e demandas. Foram observadas ainda estratégias defensivas como negação, caracterizada pela presença da desconfiança, de individualismo, de isolamento e de banalização das dificuldades da organização do trabalho; racionalização das condições deletérias do trabalho, estratégia de adaptação e a resignação. Contudo, foi percebido também o uso da inteligência prática como fator de mobilização subjetiva para a subversão do sofrimento em prazer no trabalho.