Tese

Bioprospecção de alcaloides em extratos de fungos endofíticos de Duroia macrophylla Huber (Rubiaceae)

Os micro-organismos endofíticos apresentam um enorme potencial para a produção de substâncias bioativas e são uma alternativa para o desenvolvimento de novos medicamentos contra várias doenças, entre as quais o câncer e as doenças infecciosas. As plantas da família Rubiaceae apresentam um grande pot...

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Autor principal: Oliveira, Juliana Gomes de Souza
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9620585996359758
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2019
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7007
Resumo:
Os micro-organismos endofíticos apresentam um enorme potencial para a produção de substâncias bioativas e são uma alternativa para o desenvolvimento de novos medicamentos contra várias doenças, entre as quais o câncer e as doenças infecciosas. As plantas da família Rubiaceae apresentam um grande potencial biotecnológico, como por exemplo a Duroia macrophylla, que já revelou a presença de um alcaloide com atividade antitumoral e baixa toxicidade para células não neoplásicas e oito alcaloides com atividade antimicobacteriana, o que resultou em duas patentes para este grupo de pesquisa. Por essas razões foi proposto o estudo do potencial biotecnológico dos micro-organismos endofíticos desta planta. Foram isolados 47 fungos endofíticos e destes selecionaram-se 21 fungos morfologicamente diferentes para a prospecção química e biológica dos seus extratos provenientes do micélio e do caldo fermentado. Dentre os extratos metanólicos, nenhum apresentou atividade antioxidante e 18 mostraram atividade antibacteriana. Os extratos obtidos da fase-acetato de etila dos fungos Dm SB 43 e Dm BDA 12c foram ativos contra A. salina, apresentando CL50 de 109,5 e 605,5 µg/mL, respectivamente. Foram encontrados indícios de substâncias fenólicas, alcaloides, terpenos e açúcares. Quatro fungos apresentaram indícios de produção de alcaloides. Um deles foi selecionado para um novo cultivo com mais repetições para obtenção de quantidades maiores de extratos. Esse fungo foi identificado como Xylaria sp., e todos os seus extratos apresentaram toxicidade alta ou moderada contra A. salina. Apenas dois não apresentaram atividade antibacteriana e nenhum extrato demonstrou atividade antioxidante. Os extratos micélio-diclorometano, micélio-acetato de etila e fasediclorometano apresentaram indícios de alcaloides na CCDC e foram fracionados. A partir desses fracionamentos foram isoladas a citocalasina D e outras duas substâncias que estão em fase de elucidação. Devido à pouca massa de substâncias isoladas, apenas a citocalasina D foi submetida aos ensaios biológicos e químico, que foi fortemente citotóxica contra A. salina (31,4 µg/mL) e não apresentou atividade antibacteriana e antioxidante nas concentrações testadas. A maior atividade antitumoral dos extratos de Xylaria sp. e da citocalasina D foi contra a linhagem celular HCT 116 (viabilidade celular de 53,5; 56,9; 58,4 e 77,28%). Já contra as células MCF7 e DU145 foi observada ausência ou baixa atividade. Contra a linhagem de células sadias MRC-5, a citocalasina D não apresentou citotoxicidade. Este resultado pode ser útil em relação à toxicidade da substância em possíveis correlações com outras atividades biológicas. Portanto, este estudo demonstrou a diversidade de classes químicas e o potencial de atividades biológicas que os fungos endofíticos de D. macrophylla apresentam, além do primeiro relato de Xylaria sp. nesta planta, que apresentou ser um grande produtor de citocalasina D.