O conhecimento da tecnologia da madeira da subsídios para utilização de espécies tropicais com escassos conhecimentos tecnológicos. Pensando em viabilizar espécies arbóreas do Manejo Florestal, para inseri-las na construção civil em forma de produtos acabados como vigas de Madeira Lamelada Colada (MLC), é necessário caracterizar propriedades físicas, mecânicas, químicas e anatômicas da madeira de espécies alternativas para a confecção de vigas-MLC. Com isso, o objetivo desse trabalho foi propor o uso de madeiras da Amazônia para composição de vigas de MLC. O estudo foi direcionado para duas espécies tropicais Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke - Paricá e Simarouba amara Aubl – Marupá com alta frequência na floresta Amazônica. Foram realizados ensaios para verificar a presença de componentes que podem interferir na permeabilidade e aderência do adesivo, como as características anatômicas (poros, tipos de grã, tilos), as propriedades físicas (densidade, contração tangencial, contração radial e anisotropia) e químicas da madeira (extrativos, pH, cinza e sílica), e os ensaios mecânicos para analisar a resistência e rigidez das espécies, e determinar classes de resistência (flexão estática, compressão paralela e perpendicular às fibras, tração paralela e perpendicular às fibras e cisalhamento paralelo às fibras). Resultados positivos foram encontrados nas propriedades anatômicas, químicas e física das espécies estudadas para elaboração de vigas de MLC, por não interferirem na permeabilidade e aderência da linha de cola. Quanto as propriedades mecânicas as duas espécies possuem resistência e rigidez ideal para elaboração de vigas de MLC, conforme os valores estabelecidos pela norma Brasileira e Europeia, entretanto as classes de resistências estabelecidas pelos valores tabelados da norma ISO 16958-2014 não contemplam a variabilidade das espécies tropicais Amazônia, visto que, as madeiras dessa pesquisa possuem baixa densidade (0,37 - 0,40g/cm³) e se enquadraram em classe de resistência de espécies que possuem alta densidade. Os resultados desse estudo sugerem, que classes de resistências sejam elaboradas considerando a variabilidade das propriedades das espécies tropicais.
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