Tese

Os patrões do Purus: elites fundiárias, poder e novas dinâmicas territoriais no sul do Amazonas

No presente estudo se observa que na Amazônia o poder encontra-se presente em todo processo histórico e vai se reconfigurando de acordo com as mudanças contextuais em diferentes momentos e com manifestações variadas, como é o caso dos patrões do Purus que representam as elites fundiárias os comercia...

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Autor principal: Costa, Willas Dias da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6052822298303329
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2019
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7230
Resumo:
No presente estudo se observa que na Amazônia o poder encontra-se presente em todo processo histórico e vai se reconfigurando de acordo com as mudanças contextuais em diferentes momentos e com manifestações variadas, como é o caso dos patrões do Purus que representam as elites fundiárias os comerciantes e os políticos locais com importante influência nas novas dinâmicas territoriais no sul do Amazonas. Numa região cobiçada pelas riquezas naturais os interesses econômicos se apresentam em novos arranjos de controle e em diferentes níveis de dominação social, política e econômica dos povos e dos recursos da região. Resultado de extensa pesquisa de campo realizada com lideranças locais, representantes das organizações dos povos indígenas, dos movimentos sociais e ambientais e com personagens influentes na política e na economia da região, esta tese de doutoramento cumpre o objetivo de apresentar as novas dinâmicas de poder representadas nas forças políticas regionais que passam a operar através de pessoas que se colocam como mediadores políticos e representantes dos interesses regionais com extraordinária representatividade e influência na região. A pesquisa qualitativa baseou-se no levantamento de registros documentais sobre a região, na produção historiográfica, na observação participante e na coleta de relatos de patrões, políticos, empresários, trabalhadores rurais, extrativistas, indígenas e religiosos que atuam nos municípios do Médio Purus. Buscou-se, através da observação, de inúmeras entrevistas de campo e da etnografia, identificar os processos de desenvolvimento e declínio da economia seringalista na região, seus impactos e consequências para os processos de implementação de Terras Indígenas e Unidades de Conservação, atentando para os processos de mobilização e gestão territorial dos diversos agentes sociais que dele participam. Constatou-se a estratégica omissão do Estado enquanto presença institucional na região que resulta no fortalecimento, legitimidade e persistência da dominação privada nestes territórios através em múltiplas formas de dominação com atenção especial para a forma como a gestão territorial vêm sendo conduzida para a manutenção e controle da dinâmica do poder local.