A bactéria resistente mais familiar na área clínica é Staphylococcus aureus, que apesar de estar presente naturalmente na população, tem se tornado resistente a múltiplos fármacos. A busca por moléculas antibacterianas a partir de produtos naturais é de fundamental importância econômica e social, pois tem grande potencial para a obtenção de novos antibióticos. Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antibacteriana de Trichoderma spp. contra S. aureus. Inicialmente os fungos foram avaliados pelo método do bloco de gelose, agrupando-se os fungos produtores de antibacterianos de acordo com a similaridade de seus resultados. Deste modo, foi selecionado um fungo de cada grupo, os quais foram cultivados em diferentes condições de meio de cultivo, pH e luminosidade. Após o cultivo e a obtenção dos filtrados, estes tiveram sua atividade antibacteriana avaliada e os seis filtrados mais promissores foram selecionados para a determinação de suas concentrações inibitórias (CIM) e bactericidas mínimas (CBM). A seguir realizou-se cromatografia em camada delgada, bioautografia e teste de citotoxicidade. Para a etapa do cultivo em meio líquido de Trichoderma spp., inicialmente optou-se por elaborar um meio de cultivo utilizando resíduos alimentícios, entre eles a casca de banana. Porém, durante os testes constatou-se que a infusão destas cascas possui atividade anti-Staphylococcus; por isso o segundo capítulo deste trabalho visou avaliar a atividade antibacteriana de cascas e de polpas de três variedades de banana, verdes e maduras, contra cepas de S. aureus, selecionar a variedade mais promissora e testar diferentes formas de extração para definir o método mais eficaz. As três melhores amostras de infusão de banana foram selecionadas para determinação da CIM e CBM. Dos 98 fungos testados pelo método do bloco de gelose, 58 inibiram uma ou mais cepas de S. aureus. A partir de então, quatro culturas de Trichoderma spp. foram cultivadas sob diferentes condições. Observou-se que as condições de cultivo influenciaram na síntese dos compostos antibacterianos das quatro linhagens. Além disso, não houve uma única condição que pudesse ser considerada a ideal para todos os fungos. A CIM dos filtrados variou de 0,16 a >7,5 mg/mL e a CBM variou de 0,31 a >7,5 mg/mL. Quando submetidos à cromatografia em camada delgada, os filtrados obtidos do mesmo fungo apresentaram perfis cromatográficos semelhantes, porém não foi possível comparar os resultados obtidos na bioautografia. No teste de citotoxicidade, não foi observada toxicidade para células VERO nas concentrações testadas. Em relação à banana, as três variedades inibiram o crescimento dos patógenos, sendo que a casca da banana prata inibiu maior número de S. aureus, por isso ela foi submetida a diferentes formas de extração. As amostras de infusão mais eficientes foram submetidas ao teste de CIM, obtendo valor mínimo de 0,62 mg/mL e máximo de 5,0 mg/mL. A CBM variou de 0,62 a >5,0 mg/mL. Diante dos resultados apresentados, evidenciou-se que filtrados de Trichoderma spp. e infusões de banana são eficientes na inibição de crescimento de S. aureus, sendo a casca de banana Prata mais indicada para a extração desses compostos em comparação aos fungos.
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