Introdução: Junto ao desenvolvimento das sociedades e a evolução da medicina moderna vem
ocorrendo um aumento da expectativa de vida das pessoas e das doenças crônicas. Esses males
costumam afetar de maneira significativa a qualidade de vida dos acometidos e, nesse sentido,
podemos destacar a doença renal crônica que costuma levar os pacientes a depender de
processos dialíticos para sobrevivência. Dentre as terapias renais substitutivas, a hemodiálise é
uma das mais utilizadas, deixando o paciente “preso à máquina” por várias horas, 3 dias por
semana, até o fim de suas vidas, ou até que alcancem um transplante renal, quando elegíveis, e
dependendo da disponibilidade de órgão compatível nas centrais de transplante ou entre
familiares voluntários. Mensurar a Qualidade de vida desses pacientes em todos os estágios e
períodos da doença é imprescindível na medida em que possibilita avaliar a eficácia dos regimes
e recursos terapêuticos empregados; também servindo como auxílio à profissionais de saúde e
usuários na escolha do tratamento. Objetivo: analisar a qualidade de vida dos receptores de
Transplante Renal no Amazonas. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivoanalítico, de abordagem quantitativa. A coleta de dados ocorreu entre junho/18 e fevereiro/19,
em um ambulatório de uma instituição pública e uma clínica privada de saúde em Manaus. A
população foi de 284 usuários cadastrados. Utilizamos um questionário sociodemográfico e de
histórica clínica e o Kidney Disease Quality of Life – Short Form, que é um instrumento
específico para avaliar a qualidade de vida de pacientes renais crônicos, traduzido e validado
no Brasil. A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva e a relação entre as
dimensões de qualidade de vida mais comprometidas foi investigada através do teste de
correlação de Pearson. Valores de p <0.05 foram considerados significativos. O coeficiente α
de Cronbach foi usado para verificar a confiabilidade e consistência interna do instrumento.
Resultado: 222(78,1%) participantes, com idade 45,2(±12,8) anos, homens (60,4%), casados
(45,5%), pardos (74,3%), residentes na Capital (87,4%), receptores de rim de doadores vivos
(65,3%). Os escores de qualidade de vida específicos da doença renal foram superiores aos dos
domínios genéricos. As dimensões mais afetadas foram “situação de trabalho” (36,5±40,0),
“sono” (53,7±17,3), “função física” (52,4±39,7) e “função emocional” (55,1±43,5).Conclusão:
A qualidade de vida do transplantado renal no Amazonas é boa, principalmente no que se refere
aos domínios específicos da doença. Porém, maior atenção deve ser dada ao comprometimento
físico, emocional e psicológico da clientela, além da qualidade do sono, e das perspectivas e
possibilidades de retorno ao mercado de trabalho e práticas de exercícios físicos. Espera-se que
este trabalho contribua para o incentivo ao Transplante renal no Amazonas e na Região Norte
e que auxilie a tomada de decisão e a assistência ao transplantados.
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