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Dissertação
A abordagem da violência obstétrica nos espaços de formação do enfermeiro
Introdução: A violência obstétrica é uma temática que ganhou destaque no final do século XX, com a institucionalização do parto, transformando-o em um evento patológico e retirando a mulher da cena do parto, tornando-a submissa a procedimentos e atitudes desnecessárias provocadas por profissionai...
Autor principal: | Prata, Maria do Livramento Coelho |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/2664876149819119 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2019
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7480 |
Resumo: |
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Introdução: A violência obstétrica é uma temática que ganhou destaque no final do século
XX, com a institucionalização do parto, transformando-o em um evento patológico e retirando
a mulher da cena do parto, tornando-a submissa a procedimentos e atitudes desnecessárias
provocadas por profissionais de saúde. O enfermeiro ganhou espaço no âmbito da assistência
à saúde da mulher por ser o profissional que fica por mais tempo próximo da parturiente.
Objetivo: Analisar como a temática da violência obstétrica é abordada durante a formação
dos graduandos em enfermagem de uma Instituição de Ensino Superior pública em Manaus,
no Estado do Amazonas. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com
abordagem qualitativa, na qual foram utilizadas as seguintes técnicas de levantamento de
dados: entrevista em grupos focais com 11 acadêmicos do Curso de Enfermagem; análise de
documentos de Planos de Ensino da disciplina Enfermagem na Atenção Integral à Saúde da
Mulher e do Estágio Curricular I; e, a observação participante em uma maternidade pública
de Manaus, cenário de prática da Instituição estudada. Como estratégia de análise dos dados
utilizamos a análise de conteúdo proposta por Bardin na modalidade temática. Resultados:
Os dados coletados e analisados mostraram que a maioria dos concluintes do curso eram
mulheres, com idade entre 20 a 29 anos, evidenciou que os acadêmicos reconhecem a
violência como uma prática de agressão verbal, física, que pode provocar danos à saúde; por
violência obstétrica, entendem que são agressões físicas, verbais e negligência ao direito do
acompanhante, praticado contra a mulher no ciclo gravídico puerperal ocasionando danos à
saúde materno-infantil. Quanto aos espaços de formação, o estudo mostrou que o tema
violência obstétrica não foi apresentado no plano de ensino, foi discutido de forma incipiente
manifestando a falta de evidências científicas para nortear os docentes na condução da
temática. Já os planos de ensino apontam que a violência obstétrica está sendo discutida em
sala de aula de forma implícita nos conteúdos que fazem abordagem sobre a humanização e
a violência contra a mulher. Nos cenários de prática observou-se que a violência foi explanada
com alunos explicitamente, na medida em que acontecia, e por se apresentar de forma mais
concreta tornou-se mais visível, possibilitando ao aluno uma reflexão mais crítica sobre o
fenômeno. Evidenciou-se que teoria e prática caminham de forma desarticuladas e que a
violência obstétrica pode ser minimizada a partir da integração entre as universidades e os
serviços de saúde, assim como com o uso de estratégias que possibilitem a sensibilização
dos discentes. Considerações finais: A violência obstétrica tem sido abordada na formação
do enfermeiro em sala de aula, nos cenários de prática e estágios, entretanto é necessário
maior empenho da Instituição de Ensino Superior e dos serviços de saúde em sua abordagem
com base nas diretrizes da Política Nacional de Humanização do Parto e Nascimento, de
modo a qualificar a formação dos futuros profissionais para oferecer à mulher e ao filho
assistência digna e de qualidade. |