É possível ensinar Filosofia no ensino médio sem recorrer à história da filosofia e aos seus conteúdos filosóficos? De acordo com o filósofo alemão G. W. F. Hegel (1770-1831), a resposta parece ser negativa. Para o filósofo, que parece ter sido o primeiro, depois de Aristóteles, a elaborar uma periodização da história da filosofia, os textos filosóficos da tradição produzidos ao longo de dois mil e seiscentos anos, apresentam o maior dos tesouros: o conhecimento racional. Além de imprescindíveis para se aprender Filosofia, não se distinguem do próprio filosofar, porque um não é sem o outro. Segundo Hegel, ao chegar-se a conhecer o conteúdo da filosofia, aprende-se não só a filosofar, mas já se filosofa efetivamente. Ainda que o filósofo não tenha dedicado nenhuma obra de caráter eminentemente pedagógico ao ensino da Filosofia, não se eximiu de dar a sua contribuição nesse sentido, especialmente quando ocupou o cargo de diretor do Ginásio de Nuremberg, ocasião em que buscou viabilizar diretrizes e procedimentos para o referido ensino aos jovens estudantes daquela instituição. Com Hegel, a história da filosofia ganha um tratamento científico e o estatuto de disciplina filosófica. Destarte, queremos compreender de que forma as reflexões filosóficas de Hegel acerca da história da filosofia podem ser utilizadas no ensino da Filosofia com a finalidade de propor estratégias didático-filosóficas a serem aplicadas na transmissão dos conteúdos filosóficos do ensino médio.
Palavras-chave: Filosofia; história da filosofia; ensino; Hegel.
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