O diretor escolar desempenha um papel importante na condução das políticas públicas para a educação. Dele é esperado uma expertise administrativa e uma liderança pedagógica. Para os estudantes, pode ser uma figura de autoridade. Para os professores, um representante dos interesses da Secretaria de Educação na escola. O objetivo deste trabalho é investigar as condições de produção de discursos aos quais os diretores da Rede Municipal de Educação do município de Manaus estão inseridos. Por meio dos conceitos de subjetividade, poder e verdade postulados pelo filósofo francês Michel Foucault (1926 – 1984), convidei cinco diretores e ex-diretores para entrevistas individuais onde eles tiveram a oportunidade de se expressar sobre o provimento da função, a rotina escolar, a relação destes profissionais com outros servidores na secretaria e as possíveis interferências na política partidária na atuação dos gestores nas unidades de ensino de Manaus. Por meio dessas entrevistas, analisei o discurso em diversos documentos legais, trabalhos acadêmicos e os inter-relacionei com as falas dos entrevistados. Com isso, foi possível trazer à tona traços da subjetividade dos diretores e apresentar o ponto de vista de quem precisa transitar entre diferentes espaços de poder, saber e verdade para além de expectativas acerca de competências e habilidades preconizadas para a função.
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