A Educação Infantil, nas escolas do campo, é obrigatória e depende de uma legislação brasileira e de um currículo que reflita sobre as características e as necessidades dos povos do campo. Nesse contexto, o brincar é um direito garantido no desenvolvimento infantil em todos os espaços, aqui abordado especialmente na educação formal. Assim sendo, esta pesquisa, vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisa da Educação Infantil (GEPEDIN) do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), teve como objetivo geral analisar como o brincar está presente nos planejamentos das professoras da Educação Infantil na Escola Municipal Manoel de Oliveira Santos, situada na comunidade Realidade – BR 319 - Km 100, na área rural do município de Humaitá – Amazonas. Para alcançar essa finalidade, os seguintes objetivos específicos foram delineados: descrever o processo de construção da Educação Infantil e da Educação do Campo; identificar o brincar no planejamento de ensino da professora das turmas de Educação Infantil da Escola Municipal Manoel de Oliveira Santos; analisar como o brincar se configura no planejamento de professoras de uma escola da Educação Infantil. Trata-se de um estudo de caso cuja metodologia de investigação adotada se caracteriza como qualitativa, a qual utilizou como técnicas da coleta dos dados um questionário estruturado e diálogos com os sujeitos envolvidos: três professoras da Educação Infantil (2019 e 2020), dois gestores (2019 e 2020) e a pedagoga (2019 e 2020) da escola e, também, a Coordenação da Área do Campo da Secretaria Municipal de Educação. Os resultados da pesquisa apontam que o brincar é um direito da criança em todos os espaços, e a escola é o espaço formal de educação da criança que precisa garantir que esse direito seja respeitado. Além disso, o brincar precisa acontecer também somente pelo brincar, sem objetivos relacionados a qualquer conteúdo/proposta ou habilidade a ser desenvolvida. Identificou-se, também, que o brincar faz parte dos planejamentos de uma das professoras investigadas, que há intencionalidade ao propor as atividades que agregaram o brincar: brincadeiras, jogos e atividades lúdicas, porém o brincar pelo brincar ainda não foi contemplado nas atividades propostas. Ressalta-se que a pesquisa envolveu um período pandêmico da Covid-19 e, por isso, para que a formação e a orientação pedagógica para a realização dos planejamentos pudessem ter interferido na elaboração das atividades, os profissionais da escola do campo do município de Humaitá necessitariam de formação continuada voltada às especificidades das crianças da Educação Infantil.
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