A presente pesquisa apresenta o desenvolvimento e caracterização de compósitos
cimentícios hibrido reforçados com fibras de malva e resíduos da indústria madeireira. Para
aumentar a durabilidade destes matérias foi utilizado uma matriz livre de hidróxido de cálcio,
por meio da substituição parcial do cimento Portland por 40% de Metacaulinita industrial
(MK), foi adicionado à mistura 15% de aditivo acelerador de pega (sobre o peso do cimento),
com intuito de combater o retardamento e/ou inibição do tempo de endurecimento do cimento,
ocasionado pela quantidade de polissacarídeos presentes na madeira. Foi utilizado fibras curtas
de malva de 50 mm dispostas aleatoriamente no compósito, 4% em volume de fibras, e resíduos
de madeira, com teor de 10%, dispersos aleatoriamente no compósito, cuja determinação foi
realizada através de estudo prévio. Os compósitos foram caracterizados físico e mecanicamente,
após envelhecimento natural de 236 dias, por meio dos ensaios de flexão em 4 pontos,
permeabilidade dos compósitos, densidade aparente e resistência a propagação do fogo, com a
caracterização desses compósitos após a incineração através do ensaio de flexão em 4 pontos.
Já as fibras foram caracterizadas pela microscopia eletrônica de varredura e os resíduos de
madeira foram caracterizados quimicamente para determinar a quantidade dos constituintes
químicos de lignina, celulose, hemicelulose e material inorgânico. Os compósitos com
tratamento (M1FM) apresentaram menor permeabilidade que os compósitos sem tratamento
(M0FM), cerca de 15,39% mais permeáveis. Os resultados de flexão em 4 pontos indicaram
que a substituição parcial do cimento por MK influenciou na capacidade de resistência quando
fissurado, visto que os compósitos M1FM apresentaram zona de fissuração (figuras 40 e 41) e
os compósitos M0FM demostram no comportamento gráfico apenas a zona elástica. Os
compósitos com adição de MK apresentaram resultados de resistência a tenacidade superiores
de 18 MPa. Os resultados do teste de resistência ao fogo indicaram que os compósitos não
propagaram chamas instantaneamente, porém, houve perda de 74,23% na resistência do
material lignocelulósico, observada através do ensaio de flexão em 4 pontos.
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