Esta pesquisa teve como propósito principal refletir sobre o trabalho de assistentes sociais na saúde pública na alta complexidade em Manaus, considerando o contexto de contrarreforma do Estado e suas consequências para o trabalho profissional. Como objetivos específicos, a pesquisa centrou-se em: caracterizar o trabalho do serviço social nas instituições de alta complexidade; examinar a partir da visão dos assistentes sociais, a relação entre o trabalho profissional e as competências e atribuições do serviço social e compreender as estratégias de resistência traçadas pela categoria perante as dificuldades que constituem o cotidiano profissional. Para o alcance dos objetivos, o percurso metodológico envolveu pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo, tendo, esta última, sido realizada de forma remota com suporte da Plataforma Google Forms. Esta investigação foi norteada pelo materialismo histórico e dialético e caracteriza se pela abordagem quantitativa e qualitativa. Para a coleta de dados foi enviado um questionário eletrônico para as assistentes sociais dos 5 hospitais selecionados para a pesquisa. Os resultados revelaram que as principais atividades profissionais residem no eixo de atendimento direto aos usuários, como a entrevista social, a visita aos leitos e os encaminhamentos socioassistenciais. A pesquisa identificou dificuldades em torno do planejamento das equipes, com a ausência do plano de trabalho na maior parte das instituições
analisadas. Foi evidenciado também que muitas demandas encaminhadas ao serviço social se constituem como competências e atribuições alheias ao trabalho profissional das assistentes sociais, o que vem criando um campo de tensões para as profissionais, convocando-as à reafirmação constante das suas reais atribuições na política de saúde, assegurando o significado social da profissão. Por fim, a pesquisa apontou que o trabalho do assistente social vem sendo desafiado também pela crise sanitária da COVID-19, contexto que redefiniu o fluxo de atendimento nas unidades de saúde de alta complexidade da capital, e que potencializou demandas assistencialistas para as assistentes sociais, requisitando a criação de estratégias coletivas e de resistência pelas profissionais.
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