O simbólico e o imaginário nas memórias de seringueiros do Médio Solimões, Amazonas : causos, cantorias e saraus no coração da selva
Este estudo assume o propósito de analisar o contexto do simbólico e do imaginário, nas memórias dos seringueiros do Médio Solimões, no Amazonas centrado no espaço do seringal, enquanto expressão da sociabilidade e representação imaterial do cotidiano vivido. O tema seringal é tomado neste estudo nã...
| Autor principal: | Marinho, José Lino do Nascimento |
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| Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/5497619506698689 |
| Grau: | Tese |
| Idioma: | por |
| Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2022
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| Assuntos: | |
| Acesso em linha: |
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oai:https:--tede.ufam.edu.br-handle-:tede-88352022-04-28T05:03:38Z O simbólico e o imaginário nas memórias de seringueiros do Médio Solimões, Amazonas : causos, cantorias e saraus no coração da selva The symbolic and the imaginary in the memories of rubber tappers from the Middle Solimões, Amazonas: stories, songs and soirees in the heart of the jungle Marinho, José Lino do Nascimento Torres, Iraildes Caldas http://lattes.cnpq.br/5497619506698689 http://lattes.cnpq.br/2677966121712850 Justamand, Michel http://lattes.cnpq.br/7981122122060818 Holanda, Yomarley Lopes http://lattes.cnpq.br/2565605620250789 Trindade, Deilson Carmo http://lattes.cnpq.br/0602516200714965 Seringueiros - Amazônia Trabalhadores da indústria de borracha - Amazônia CIENCIAS HUMANAS: HISTORIA CIENCIAS HUMANAS: FILOSOFIA CIENCIAS HUMANAS: SOCIOLOGIA CIENCIAS HUMANAS: ANTROPOLOGIA CIENCIAS HUMANAS: GEOGRAFIA Amazonas Seringueiro Memória Imaginário Este estudo assume o propósito de analisar o contexto do simbólico e do imaginário, nas memórias dos seringueiros do Médio Solimões, no Amazonas centrado no espaço do seringal, enquanto expressão da sociabilidade e representação imaterial do cotidiano vivido. O tema seringal é tomado neste estudo não só como o lugar de exploração econômica, mas sobretudo, como o lugar da experiência vivida, dos causos contados ao luar, das danças de forró, das festas como realização da existência. O vivido é constatado por meio das narrativas dos participantes da pesquisa, sendo, pois, a colocação o espaço onde se constituiu a experiência individual e coletiva desses trabalhadores. A nossa intenção consistiu em procurar sabermos de que forma ocorreu a subjetivação do seringueiro em meio às agruras opressivas do seringal. A trilha metodológica assumiu o aporte da fenomenologia e das abordagens qualitativas, especialmente no que diz respeito à narrativa, em que o narrador é convidado a falar sobre sua experiência de vida, vivida no seringal amazônico. Dentre os múltiplos aspectos revelados é patente o fato de que os seringueiros venceram o medo de contrair doenças letais como malária, febre amarela, tifo, beribéri, hepatite, ataque de onças famintas, cobras venenosas, o medo imaginário da mãe da seringueira em fúria, do curupira enquanto guardião da floresta, dos pássaros agourentos e bichos visagentos, do encantamento dos botos, da sucuri ou jiboia personificada na cobra grande. Ficou claro o fato de que eles deram o sangue para enriquecer o país, produziram riquezas, mas não tiveram acesso a elas e foram duplamente enganados pelo patrão seringalista que nunca lhe pagou o saldo devido, e pelo Estado brasileiro, que também não lhes concedeu o benefício como soldado da borracha. Hoje estes trabalhadores já bem envelhecidos e doentes, convivem com a triste sina do herói sem recompensa e nenhum dos oito seringueiros, ouvidos nesta pesquisa, recebe o benefício de aposentadoria como soldado da borracha. Eles sobrevivem com um inexpressivo Benefício de Prestação Continuada do INSS que pode cessar a qualquer momento. Mesmo diante desse caos generalizado se dizem seres alegres, felizes e agradecidos à Deus pelo dom da vida. Palavras Chave – Amazonas. Seringueiro. Memória. Imaginário This study assumes the purpose of analyzing the context of the symbolic and the imaginary, in the memories of rubber tappers from Médio Solimões, in Amazonas, centered on the rubber plantation space, as an expression of sociability and immaterial representation of everyday life. The rubber plantation theme is taken in this study not only as the place of economic exploitation, but above all, as the place of lived experience, of stories told in the moonlight, of forró dances, of parties as the realization of existence. The lived experience is verified through the narratives of the research participants, being, therefore, the placement the space where the individual and collective experience of these workers was constituted. Our intention was to find out how the subjectivation of the rubber tapper occurred in the midst of the oppressive hardships of the rubber plantation. The methodological path assumed the contribution of phenomenology and qualitative approaches, especially with regard to the narrative, in which the narrator is invited to talk about his life experience, lived in the Amazonian rubber plantation. Among the many aspects revealed, it is clear that the rubber tappers overcame the fear of contracting lethal diseases such as malaria, yellow fever, typhus, beriberi, hepatitis, attack by hungry jaguars, poisonous snakes, the imaginary fear of the mother of the rubber tree in fury, of the curupira as guardian of the forest, of the ominous birds and stinging animals, of the enchantment of porpoises, of the anaconda or python personified in the large snake. It became clear that they gave their blood to enrich the country, produced wealth, but did not have access to it and were doubly deceived by the rubber boss who never paid them the balance due, and by the Brazilian State, which also did not grant them the benefit as a rubber soldier. Today these well-aged and sick workers live with the sad fate of the hero without reward and none of the eight rubber tappers interviewed in this research receives the retirement benefit as a rubber soldier. They survive with an unimpressive INSS Continued Payment Benefit that can be terminated at any time. Even in the face of this generalized chaos, they say they are joyful, happy and grateful to God for the gift of life. Keywords – Amazon. Rubber Memory. Imaginary . Sistema extremamente difícil, diverso e complexo com muitas nuances e difícil decodificação. Sugestão: melhorar as questões e linguagem, tornando-os mais acessíveis ao público alvo. Este Estudo de Pesquisa trabalhou memória e imaginário e subjetividade dos seringueiros do médio Solimões, Amazonas, oportunizando a esses sujeitos dizerem como se sentem nesse processo de exploração da borracha, no período compreendido à partir da segunda guerra mundial. Eles se dizem duplamente enganados, pelos patrões seringalistas por nunca receberem o saldo e pelo Estado Brasileiro, pois dos doze entrevistados neste estudo, nenhum recebe benefício como soldado da borracha. 2022-04-28T02:49:41Z 2021-12-27 Tese MARINHO, José Lino do Nascimento. O Simbólico e o Imaginário nas Memórias de Seringueiros do Médio Solimões, Amazonas: causos, cantorias e saraus no coração da selva. 2022. 194 f. Tese (Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus (AM), 2021. https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8835 por Acesso Aberto application/pdf Universidade Federal do Amazonas Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
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Este estudo assume o propósito de analisar o contexto do simbólico e do imaginário, nas memórias dos seringueiros do Médio Solimões, no Amazonas centrado no espaço do seringal, enquanto expressão da sociabilidade e representação imaterial do cotidiano vivido. O tema seringal é tomado neste estudo não só como o lugar de exploração econômica, mas sobretudo, como o lugar da experiência vivida, dos causos contados ao luar, das danças de forró, das festas como realização da existência. O vivido é constatado por meio das narrativas dos participantes da pesquisa, sendo, pois, a colocação o espaço onde se constituiu a experiência individual e coletiva desses trabalhadores. A nossa intenção consistiu em procurar sabermos de que forma ocorreu a subjetivação do seringueiro em meio às agruras opressivas do seringal. A trilha metodológica assumiu o aporte da fenomenologia e das abordagens qualitativas, especialmente no que diz respeito à narrativa, em que o narrador é convidado a falar sobre sua experiência de vida, vivida no seringal amazônico. Dentre os múltiplos aspectos revelados é patente o fato de que os seringueiros venceram o medo de contrair doenças letais como malária, febre amarela, tifo, beribéri, hepatite, ataque de onças famintas, cobras venenosas, o medo imaginário da mãe da seringueira em fúria, do curupira enquanto guardião da floresta, dos pássaros agourentos e bichos visagentos, do encantamento dos botos, da sucuri ou jiboia personificada na cobra grande. Ficou claro o fato de que eles deram o sangue para enriquecer o país, produziram riquezas, mas não tiveram acesso a elas e foram duplamente enganados pelo patrão seringalista que nunca lhe pagou o saldo devido, e pelo Estado brasileiro, que também não lhes concedeu o benefício como soldado da borracha. Hoje estes trabalhadores já bem envelhecidos e doentes, convivem com a triste sina do herói sem recompensa e nenhum dos oito seringueiros, ouvidos nesta pesquisa, recebe o benefício de aposentadoria como soldado da borracha. Eles sobrevivem com um inexpressivo Benefício de Prestação Continuada do INSS que pode cessar a qualquer momento. Mesmo diante desse caos generalizado se dizem seres alegres, felizes e agradecidos à Deus pelo dom da vida.
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