Gestão do Conhecimento é a construção sistemática e intencional de processos voltados à captura, armazenamento, contextualização e compartilhamento de conhecimentos dos indivíduos numa organização. Uma vez transformado em conhecimento organizacional, este será incorporado aos processos, produtos e serviços de uma empresa, possibilitando a geração de mais conhecimento, através de modos de conversão, numa espiral ascendente, o que permite a aquisição de vantagens competitivas duradouras às organizações que conseguirem administrar eficientemente esse fluxo. Visando investigar como uma organização intensiva em conhecimento lida com essas questões, um Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento sediado no Pólo Industrial de Manaus, exímio desenvolvedor de produtos e serviços plenamente baseados em conhecimento, foi escolhido para ser investigado através de um estudo de caso de natureza qualitativa. A pesquisa foi realizada ao longo de um semestre entre os anos de 2010 e 2011 e contou com a participação de aproximadamente 1/3, tanto de pessoas do corpo gerencial quanto de funcionários que não ocupam posição estratégica na empresa, respectivamente. Os métodos de coleta de dados foram a entrevista individual com os gestores e questionário fechado indutivo para os demais funcionários. Através do primeiro instrumento, buscou-se avaliar qual o nível de entendimento dos gestores sobre Gestão do Conhecimento e importância que atribuíam ao tema, bem como quais práticas gerenciais adotavam para gerenciar a criação e compartilhamento do conhecimento na instituição. Pelo segundo instrumento, buscou-se captar a percepção dos demais funcionários do Instituto quanto quatro dimensões importantes, cujas variáveis que contemplam práticas gerenciais efetivas observadas em empresas proativas em relação à Gestão do Conhecimento. O estudo revelou que o Instituto de P&D investigado apresenta muitas características de organizações típicas da Sociedade do Conhecimento, com um potencial extraordinário para se posicionar na vanguarda das empresas proativas quanto à Gestão do Conhecimento. Entretanto, constatou-se que mesmo reunindo as condições ideais para tal, a empresa não tem explorado essa oportunidade de modo corporativo, foram verificadas iniciativas isoladas, porém muito insipientes, no sentido de se posicionar estrategicamente e tirar o máximo de proveito da sua condição peculiar. Por outro lado, a percepção dos demais funcionários que participaram da pesquisa apontou para a mesma direção, que há evidências de práticas gerenciais bem consolidadas, mas sem a devida articulação, para fomentar a criação e compartilhamento do conhecimento e a consequente obtenção de vantagens competitivas. Como recomendações, foi sugerido que a empresa estudasse a possibilidade de implantar algumas práticas oriundas das duas principais teorias a respeito desse tema: Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional e Organizações de Aprendizagem. Acredita-se que tais iniciativas poderão conduzi-la para outro patamar no âmbito das organizações inovadoras e que seu caminho em direção à Gestão do Conhecimento proativa poderá ser deveras encurtado.
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