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Dissertação
O "Fausto" de Fernando Pessoa: criação, edição, recepção
Esta dissertação tem por objetivo investigar os processos de criação, edição e recepção do "Fausto" de Fernando Pessoa, em quatro perspectivas distintas, mas complementares, conforme propõe Carlos Pittella (in PESSOA, 2018): como obra literária fragmentária, peça de teatro em cinco atos não linear e...
Autor principal: | Alves, João Paulo Cardoso |
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Outros Autores: | https://lattes.cnpq.br/5181226060714001, https://orcid.org/0000-0003-2940-0641 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2023
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9396 |
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oai:https:--tede.ufam.edu.br-handle-:tede-93962023-06-14T05:04:24Z O "Fausto" de Fernando Pessoa: criação, edição, recepção Alves, João Paulo Cardoso Albuquerque, Gabriel Arcanjo Santos de https://lattes.cnpq.br/5181226060714001 http://lattes.cnpq.br/0632488092860482 Oliveira, Rita do Perpétuo Socorro Barbosa de Martins, Fernando Cabral https://orcid.org/0000-0003-2940-0641 Literatura comparada - Brasileira e portuguesa Comparative literature - Brazilian and Portuguese LINGUISTICA, LETRAS E ARTES LINGUISTICA, LETRAS E ARTES: LETRAS: TEORIA LITERARIA LINGUISTICA, LETRAS E ARTES: LETRAS: LITERATURA COMPARADA LINGUISTICA, LETRAS E ARTES: LETRAS: LITERATURAS ESTRANGEIRAS MODERNAS "Fausto" Fernando Pessoa Criação Edição Recepção Esta dissertação tem por objetivo investigar os processos de criação, edição e recepção do "Fausto" de Fernando Pessoa, em quatro perspectivas distintas, mas complementares, conforme propõe Carlos Pittella (in PESSOA, 2018): como obra literária fragmentária, peça de teatro em cinco atos não linear e inacabada, arquivo material composto por centenas de documentos arquivados no Espólio 3 da Biblioteca Nacional de Portugal e, finalmente, como livro póstumo, em quatro edições distintas entre si. O primeiro capítulo dedica-se, assim, ao processo de criação do poema, tomando para tanto as eventuais relações intertextuais existentes entre o "Fausto" pessoano e outros textos da tradição fáustica que se supõe terem servido de arquétipos para Fernando Pessoa, ainda que essa filiação se estabeleça a contrapelo e na forma de uma traição a alguns de seus modelos. Também é objeto do primeiro capítulo a textualidade fragmentária e inacabada do poema, encarada como um índice das tensões entre organicismo e fragmentariedade na obra pessoana, tal como estas se encontram criticamente apreciadas por autores como Carla Gago (2007), Rita Patrício (2008) e Pedro Sepúlveda (2012). Dialoga-se, ainda, com o conceito aristotélico de potência-de-não, recuperado pelo filósofo Giorgio Agamben (2015; 2018), cuja apropriação permite pensar o inacabamento em compasso com a ideia de que o "Fausto" não é apenas inacabado, mas inacabável, de acordo com a clássica tese de Manuel Gusmão (1986). O segundo capítulo, por sua vez, parte de marcos teóricos como Jacques Derrida (2001), Jerónimo Pizarro (2012), Fernando Cabral Martins (2003; 2011) e Simone Celani (2020) para se debruçar sobre a constituição do espólio de Fernando Pessoa e analisar as edições impressas que até o momento propuseram diferentes ordenações ao Fausto: “Primeiro Fausto” (1952), "Primeiro Fausto" (1986), "Fausto – Tragédia Subjectiva (Fragmentos)" (1988) e "Fausto" (2018). Tal análise fundamenta-se na hipótese de que as edições do "Fausto" configuram momentos decisivos da recepção da obra, uma vez que produzem variadas implicações críticas, seja ao nível do estabelecimento do texto ou de sua organização, reforçadas em paratextos editoriais como os prefácios e notas. Assim, esta dissertação se dedica a um estudo comprometido com as materialidades da literatura, a fim de investigar o caráter coletivo e histórico dos processos de criação, transmissão e recepção de obras literárias, sobretudo quando sua transmissão se efetiva postumamente. This dissertation aims to investigate the processes of creation, editing and reception of Fernando Pessoa's "Fausto", from four distinct but complementary perspectives, as proposed by Carlos Pittella (in PESSOA, 2018): as a fragmentary literary work, a non-linear and unfinished play in five acts, a material archive composed of hundreds of documents archived in Espólio 3 of the National Library of Portugal and, finally, as a posthumous book, in four different editions. The first chapter, therefore, it is proposed to reflect on the process of creation of the poem, taking into account the possible intertextual relations existing between Pessoa's "Fausto" and other texts of the Faustic tradition that are supposed to have served as a archetypes for Fernando Pessoa, even if such affiliation is established by contrast and in the form of a betrayal of some of its models. The fragmentary and unfinished textuality of the poem is also the object of the first chapter, seen as an index of the tensions between organicism and fragmentarity in Pessoa's work, as they are critically appreciated by authors such as Carla Gago (2007), Rita Patrício (2008) and Pedro Sepúlveda (2012). It also dialogues with the Aristotelian concept of potency-of-not recovered by the philosopher Giorgio Agamben (2015; 2018), whose appropriation allows us to think about the unfinished in step with the idea that "Fausto" is not just unfinished, but unending, according to the classic thesis of Manuel Gusmão (1986). The second chapter, in turn, starts from theoretical frameworks such as Jacques Derrida (2001), Jerónimo Pizarro (2012), Fernando Cabral Martins (2003; 2011), and Simone Celani (2020) to focus on the constitution of Fernando Pessoa's espólio and analyze the printed editions that have so far proposed different orderings of Fausto: “Primeiro Fausto” (1952), "Primeiro Fausto" (1986), "Fausto – Tragédia Subjectiva (Fragmentos)" (1988) and "Fausto" (2018). This analysis is based on the hypothesis that the "Fausto"'s editions configure decisive moments in the reception of the work, since they produce several critical implications, whether the level of establishment or organization of the text, reinforced in editorial paratexts such as prefaces and notes. Thus, this dissertation is dedicated to a study committed to the materialities of literature, in order to investigate the collective and historical character of the processes of creation, transmission and reception of literary works, especially when their transmission takes place posthumously. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 2023-06-13T14:34:10Z 2022-05-27 Dissertação ALVES, João Paulo Cardoso. O "Fausto" de Fernando Pessoa: criação, edição, recepção. 2022. 223 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus (AM), 2022. https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9396 por Acesso Aberto http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ application/pdf Universidade Federal do Amazonas Faculdade de Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Letras |
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Esta dissertação tem por objetivo investigar os processos de criação, edição e recepção do "Fausto" de Fernando Pessoa, em quatro perspectivas distintas, mas complementares, conforme propõe Carlos Pittella (in PESSOA, 2018): como obra literária fragmentária, peça de teatro em cinco atos não linear e inacabada, arquivo material composto por centenas de documentos arquivados no Espólio 3 da Biblioteca Nacional de Portugal e, finalmente, como livro póstumo, em quatro edições distintas entre si. O primeiro capítulo dedica-se, assim, ao processo de criação do poema, tomando para tanto as eventuais relações intertextuais existentes entre o "Fausto" pessoano e outros textos da tradição fáustica que se supõe terem servido de arquétipos para Fernando Pessoa, ainda que essa filiação se estabeleça a contrapelo e na forma de uma traição a alguns de seus modelos. Também é objeto do primeiro capítulo a textualidade fragmentária e inacabada do poema, encarada como um índice das tensões entre organicismo e fragmentariedade na obra pessoana, tal como estas se encontram criticamente apreciadas por autores como Carla Gago (2007), Rita Patrício (2008) e Pedro Sepúlveda (2012). Dialoga-se, ainda, com o conceito aristotélico de potência-de-não, recuperado pelo filósofo Giorgio Agamben (2015; 2018), cuja apropriação permite pensar o inacabamento em compasso com a ideia de que o "Fausto" não é apenas inacabado, mas inacabável, de acordo com a clássica tese de Manuel Gusmão (1986). O segundo capítulo, por sua vez, parte de marcos teóricos como Jacques Derrida (2001), Jerónimo Pizarro (2012), Fernando Cabral Martins (2003; 2011) e Simone Celani (2020) para se debruçar sobre a constituição do espólio de Fernando Pessoa e analisar as edições impressas que até o momento propuseram diferentes ordenações ao Fausto: “Primeiro Fausto” (1952), "Primeiro Fausto" (1986), "Fausto – Tragédia Subjectiva (Fragmentos)" (1988) e "Fausto" (2018). Tal análise fundamenta-se na hipótese de que as edições do "Fausto" configuram momentos decisivos da recepção da obra, uma vez que produzem variadas implicações críticas, seja ao nível do estabelecimento do texto ou de sua organização, reforçadas em paratextos editoriais como os prefácios e notas. Assim, esta dissertação se dedica a um estudo comprometido com as materialidades da literatura, a fim de investigar o caráter coletivo e histórico dos processos de criação, transmissão e recepção de obras literárias, sobretudo quando sua transmissão se efetiva postumamente. |
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