/img alt="Imagem da capa" class="recordcover" src="""/>
Dissertação
Polimorfismos genéticos envolvidos no estresse oxidativo na leishmaniose cutânea por Leishmania guyanensis no estado do Amazonas
Introdução. O parasita Leishmania tem capacidade de sobreviver e se replicar no macrófago. Estas características provavelmente evoluíram como uma estratégia de resistência da Leishmania contra células inflamatórias. Durante a infecção por Leishmania, macrófagos e neutrófilos fagocitam os parasita...
Autor principal: | Tavares, Iarla Priscila Castro |
---|---|
Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/6190350949716376 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2024
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9945 |
Resumo: |
---|
Introdução. O parasita Leishmania tem capacidade de sobreviver e se replicar no
macrófago. Estas características provavelmente evoluíram como uma estratégia de
resistência da Leishmania contra células inflamatórias. Durante a infecção por
Leishmania, macrófagos e neutrófilos fagocitam os parasitas, formando o fagossomo,
onde são “bombardeados” por uma “cascata oxidante” contendo especialmente ROS.
Este processo contem principalmente superóxido (O2•-) e peróxido de hidrogênio
(H2O2) formando um complexo conhecido como “explosão oxidativa”. Para tanto,
nosso objetivo foi investigar polimorfismos genéticos em genes envolvidos no estresse
oxidativo em pacientes com leishmaniose cutânea (LC) infectados por L. (Viannia)
guyanensis utilizando um modelo de estudo caso-controle. Métodos. Foi realizado o
recrutamento de pacientes com LC atendidos na FMT-HVD e os indivíduos saudáveis,
sem sinais ou histórico de leishmaniose, residentes no mesmo local dos Casos. A
dosagem de quimiocinas e citocinas plasmáticas foi realizada pela técnica de Luminex e
os polimorfismos pela técnica de PCR em tempo real (qPCR) utilizando-se o sistema
TaqMan® e analisados na plataforma QuantStudio 6 (Applied Biosystems).
Resultados: Um total de 768 pacientes e 744 voluntários saudáveis concordaram em
participar do estudo. O genótipo homozigoto selvagem (WT) c.-262CC em Catalase
(OD: 1,29 - p=0,041) e WT SOD2 c.47CC foram associados como fator de risco para
CL, enquanto WT MPO c.-463GG (OD: 0,73 - p=0,004); WT NOX2 c.242CC (DO:
0,74 - p=0,005); WT NOS3 c.-786TT (OD: 0,75 - p=0,008); WT TGF-ß1 c.-509CC
(OD: 0,63 - p<0,001) associado como fator protetor. O SNP NOS2 c.-954G>C não
apresentou associações significativas. IL-13 e MCP-1 foram as principais citocinas
associadas fortemente reduzidas em pacientes na presença de genótipos mutantes em
comparação com WT. Vale a pena notar que as concentrações plasmáticas de INF-γ
foram significativamente reduzidas em genótipos mutantes de quase todos os SNPs em
pacientes com LC. Conclusões: Consideramos que os genótipos mutantes diminuíram
as principais citocinas ativadoras de neutrófilos, sendo IL-2 (MPO c.-463AA, TGF-ß1
c.-509TT e SOD2 c.47TT); IL-8 (CAT c.-262TT, TGF-ß1 c.-509TT e SOD2 c.47TT) e
IL-12 (CAT c.-262TT e NOS3 c.-786CC), sugerindo menor concentração de ROS,
diminuição do estresse oxidative e maior progressão da doença nesses genótipos
mutantes. Os genótipos mutantes (CAT c.-262TT, NOX2 c.242TT, TGF-ß1 c.-509TT e
SOD2 c.47TT) resultaram em diminuição do INF-γ, sugerindo menor produção de
citocinas inflamatórias e progressão da doença nestes genótipos. Enquanto o genótipo
CAT c.-262CC diminuiu os níveis de IL-10 e IL-17 podendo estar associado a
eliminação do parasita Leishmania. As citocinas IL-6, IL-13, IL-1B, FGF-Basic são
produzidas por macrófagos, células dendríticas e linfócitos. Estas citocinas
desempenham um papel vital na suscetibilidade à leishmaniose. Os genótipos
homozigotos mutantes de TGF-ß1 c.-509TT e SOD2 c.47TT foram associados a níveis
diminuídos nessas citocinas nos pacientes. Desta forma, essas citocinas podem estar
associadas tanto na progressão como na eliminação da doença. Os nossos achados
demonstraram os genótipos (WT MPO c.-463GG, WT NOX2 c.242CC, WT NOS3 c.-
786TT e WT TGF-ß1 c.-509CC) com maior produção de ROS e com isso mostraram-se
como fatores protetores para LC. Enquanto que os genótipos WT CAT c.-262CC e
SOD2 c.47CC, demonstraram a menor produção de ROS sugerindo-se como fator de
risco para Leishmaniose Cutânea. |