No passado era possível traçar rígidas distinções entre as mobilizações étnicas dos indígenas e as formas de luta desenvolvidas pelos camponeses, pautadas as primeiras em diferenças culturais e lingüísticas, enquanto as segundas intervinham diretamente na esfera política via sindicatos, partidos, grupos religiosos (OLIVEIRA, 2011). Hoje, as demandas coletivas não são apenas dos indígenas, que se mobilizam enquanto comunidades associações e reivindicam um território étnico. Ribeirinhos , Assentados Atingidos por Barragens , garimpeiros Quilombolas e outras identidades coletivas, também estão se juntando em unidades sócio-políticas maiores, sejam deslocadas pelos grandes empreendimentos, seja pela ação política de ocupação de terras específicas (ALMEIDA, 2011). Este projeto busca compreender como estão organizados os chamados índios urbanos e ao mesmo tempo, verificar como reafirmam e constroem suas identidades em meio urbano, e qual a percepção que estes povos indígenas elaboram da cidade e como a cidade os percebem. Assim, as lutas atuais dos povos indígenas não se dão apenas em nível local, em escalas micro-políticas, mas envolvem também organismos de representação coletiva, movimentos indígenas, associações, personalidades públicas e uma rede complexa de alianças (que ultrapassa os limites nacionais).
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