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Relatório de Pesquisa
Comunicação, Etnicidade e Movimento Social
Esta proposta de pesquisa pretende investigar a condição de participação da mulher indígena no movimento organizado dos povos indígenas do Estado do Amazonas, buscando identificar, compreender e situar o espaço de expressão dessa mulher nas organizações que integram e respondem pelo movimento indíge...
Autor principal: | Mariana Lima Nunes |
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Grau: | Relatório de Pesquisa |
Idioma: | pt_BR |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2016
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/3397 |
Resumo: |
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Esta proposta de pesquisa pretende investigar a condição de participação da mulher indígena no movimento organizado dos povos indígenas do Estado do Amazonas, buscando identificar, compreender e situar o espaço de expressão dessa mulher nas organizações que integram e respondem pelo movimento indígena no âmbito estadual. Desde os anos 80, no século 20, quando o movimento indígena brasileiro emerge como uma força política no Brasil, as organizações representativas dos povos indígenas experimentaram diferentes estágios e desafios para se constituírem como atores nas arenas das tensões provocadas pela exigência de mais democracia no mundo. Para os povos indígenas do Brasil significava questionar o modelo de tutela e a própria tutelagem a eles destinados pelo governo federal por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai); a defesa de suas terras; conquistas e garantias dos direitos, entre tantas outras questões que permeiam a pauta de reivindicações do movimento. Das grandes assembléias nos núcleos das aldeias às caminhadas de protestos nas capitais dos Estados da Amazônia, o movimento instituiu-se como parte importante nos protestos públicos de Norte a Sul do País, inserindo-se no mosaico das falas, dos rostos e de tomadas de decisões que provocaram repercussão nacional e internacional, tornando possível alargar visões sobre as realidades brasileiras para além dos centros de poder político-econômico-cultural. Gradativamente, o movimento indígena vem rasgando a roupa da tutela e re-significando a sua posição de sujeito ativo da/na história.
Nos recortes dessa história aparecem, em meio a homens caracteristicamente pintados, portando instrumentos e adereços de batalha, vestidos, semi-vestidos ou de corpos nus, as mulheres indígenas como personagens de uma complexa teia de participação que induz, a priori, a uma subcondição de participação nos acontecimentos de suas comunidades e do próprio movimento organizado desses povos. Entre os lugares de fala autorizados estão a conversa de rede promovida pelos casais e a rodada de conversação, em tom baixo, feita pelas mulheres que acompanham seus companheiros às assembléias, mas delas são impedidas de participar. Desenham-se também outros níveis de representação por meio das cada vez mais comuns associações de mulheres indígenas e dos departamentos/diretorias/núcleos de mulheres indígenas dentro das organizações protagonistas da luta indígena no Estado do Amazonas, tais como a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Conhecer e compreender os nós desse trançado da teia de mulheres que supostamente se apresenta como outra interlocução para dentro e para fora do movimento indígena é a inquietação que move a perspectiva de realização deste projeto de investigação cientifica. |