Na Amazônia Central a flutuação do nível d água, média anual de 10 m, promove a alternância das fases terrestre e aquática resultando em modificações drásticas nas condições ambientais exigindo adaptações específicas da ictiofauna. Na época de cheia, o aumento da área alagada favorece a exploração de vários hábitats incrementando o espectro alimentar dos peixes. Na seca as condições ambientais obrigam muitas espécies a migrarem em busca de outros locais, principalmente por causa da retração das águas, que aumenta a competição pelo espaço e alimento. Estudos sobre a ecologia alimentar de peixes são de grande importância, pois ajudam a ter informações sobre o funcionamento de ecossistemas, especialmente quanto à posição na estrutura trófica de uma determinada espécie. Também auxiliam na compreensão de padrões biológicos específicos para serem utilizados no estabelecimento de medidas de preservação e conservação dos estoques pesqueiros. O trabalho tem como objetivo principal caracterizar a estrutura trófica das assembleias de peixes em lagos do Parque Nacional de Anavilhanas (PARNA) durante um ciclo hidrológico. Compreender como está estruturada a assembleia de peixes e como se dá seu ritmo alimentar em relação à variação sazonal e entre o dia e a noite, auxilia na compreensão das preferências ambientais dos indivíduos (locais utilizados para a alimentação, reprodução, proteção e predação, entre outros), refletindo os hábitos das espécies.
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