A ecomorfologia estuda a relação dos caracteres corporais de um organismo e seu nicho ecológico. Para tanto, utilizam-se comumente índices ecomorfométricos pré-determinados com significados ecológicos para inferir sobre questões ecológicas diversas, tais como alimentação/dieta, uso de habitat, competição, plasticidade fenotípica e radiação adaptativa. Nesse sentido, as arraias de água doce da família Potamotrygonidae são excelentes modelos para direcionar tais questões. Alguns índices ecomorfométricos já foram estabelecidos para o grupo, muitos dos quais foram utilizados para compreender competição interespecífica, dieta e adaptação ao ambiente. Por exemplo, sugere-se que a nadadeira caudal relativamente grande pode conferir maior estabilidade durante a atividade de natação do animal. Por outro lado, espécies que possuem a abertura espiracular relativamente grande podem tolerar ambientes com baixo teor de oxigênio. No entanto, estas informações foram levantadas apenas para animais adultos e da bacia do Paraná-Paraguai. Não se sabe, se no momento do nascimento esses animais apresentam tais estruturas com dimensões proporcionais aos adultos. Essas questões podem ajudar a compreender aspectos biológicos básicos sobre o estilo de vida dos neonatos na natureza. Dessa forma, o presente projeto visa analisar a ecomorfologia em embriões de cinco espécies de potamotrigonídeos da bacia Amazônica Paratrygon aiereba, Plesiotrygon iwamae, Potamotrygon motoro, Potamotrygon orbignyi e Potamotrygon sp. (arraia cururu) na fase final do desenvolvimento embrionário (embriões a termo). Os índices ecomorfométricos a serem estudados são: Comprimento relativo da nadadeira peitoral - RLPec, Comprimento relativo da nadadeira pélvica - RLPel, Comprimento relativo da cauda - RLTa, Largura relativa da boca - RWMo e Abertura relativa do espiráculo ROSp. Todos esses índices são baseados em levantamentos da literatura sobre morfologia funcional de Myliobatiformes.
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