A reflexão alemã do final do século XVIII começou, em grande parte, na tentativa de completar, ou melhor, ultrapassar e radicalizar o projeto kantiano. Schelling pensa que, para resolver a contradição entre o sujeito e o objeto, entre liberdade e necessidade, seria necessário um saber absoluto, capaz de conter em si todas estas dualidades, sendo assim o único capaz de decidir se o homem é submetido ao determinismo ou se pode atingir a liberdade. Sua reflexão sobre a arte e sobre a tragédia em especial busca pensá-la como sendo capaz de apresentar este absoluto. Schelling acredita que, no sacrifício do herói trágico, está representada uma conciliação entre a potência objetiva do destino e a liberdade individual do homem. A arte cumpre a tarefa, portanto, de expor a resolução dialética deste conflito, ou seja, o próprio absoluto se dá a conhecer através de uma obra artística. Deste modo, vemos ser apresentada uma reflexão altamente inovadora no campo da Estética.
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