O que a tradição filosófica consagrou como o Problema dos Universais consiste no mais nobre tópico da metafísica ocidental e a muito vem intrigando e dividindo as correntes filosóficas. O presente projeto de pesquisa tem como objetivo se concentrar na resposta ao problema em questão conhecida como platonismo ou realismo metafísico, posição tomada inicialmente por Platão e que encontra diferentes variantes em filósofos do primeiro escalão durante toda a tradição, a exemplo de Santo Agostinho, Leibniz e Frege. De um ponto de vista linguístico, o realismo metafísico procura oferecer uma explicação ontológica para dois problemas semânticos fundamentais. O primeiro trata da concordância predicativa, ou seja, o fato semântico de que dois ou mais objetos possam partilhar de um mesmo predicado. O segundo é o tópico da referência abstrata, a saber, uma explanação sobre o estatuto ontológico das entidades que são propostas como referentes dos termos singulares abstratos a exemplo de coragem, beleza, humanidade em sentenças declarativas verdadeiras. Para o realista metafísico, estas questões só podem ser respondidas por apelação à existência de entidades que podem ser instanciadas multiplamente e que, ao mesmo tempo, são os referentes dos termos singulares abstratos e das expressões predicativas. Como mencionei anteriormente, para o realista metafísico estas entidades são os universais.
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