Os mastócitos são células do sistema imune inato presentes no tecido conjuntivo e mucosa que apresentam grânulos citoplasmáticos. Os grânulos são preenchidos por mediadores pré-formados como histamina, serotonina, proteases e outros compostos. Após um estímulo os mastócitos degranulam e liberam os mediadores inflamatórios. Recentes estudos mostram que os mastócitos atuam no combate aos micro-organismos e frente ao envenenamento por serpentes. Em pesquisas envolvendo serpentes, cujo habitat é a América do Sul, são poucos estudos sobre o papel desempenhado pelos mastócitos na resposta inflamatória induzida pelos seus venenos. A literatura mostra que o veneno de Bothrops jararaca e B. lanceolatus causam a desgranulação de mastócitos in vitro. O tratamento indicado para acidentes com espécies do gênero Bothrops sp. é a administração endovenosa de soro antibotrópico. No entanto, as populações mais afastadas dos centros têm dificuldade de receber tratamento e em resposta, buscam alternativas terapêuticas, como extratos de plantas medicinais. Na região Oeste do Pará, uma das plantas mais usadas é a Bellucia dichotoma, conhecida popularmente como goaiaba-de-anta. Estudos recentes demonstraram que o extrato aquoso de Bellucia dichotoma, administrado por via oral, foi capaz de neutralizar eficientemente a atividade edematogênica do veneno de Bothrops atrox, como também potencializou a atividade do soro antibotrópico. Sendo os produtos de degranulação de mastócitos importantes na formação do edema, o presente estudo visa verificar a participação dessas células na resposta inflamatória local induzida pelo veneno de Bothrops atrox e, também verificar e quantificar os mastócitos em animais desafiados com esse veneno e tratados com Bellucia dichotoma.
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