A região amazônica é formada por centenas de comunidades ribeirinhas que, em geral, vivem no modo de subsistência, aproveitando todos os recursos que a natureza oferece e dividindo todas as forças de trabalho, de modo que cada integrante da família participe de forma útil e colaborativa para o sustento da comunidade. Nessa organização, as mulheres ribeirinhas assumem papel importante como responsáveis por todo processo de produção da farinha, bem como o cuidado da casa e dos filhos. Considerando que o trabalho pode ser promotor de saúde e/ou doenças, e que a imagem que o trabalhador tem de suas funções é baseada em suas convicções pessoais e tradições culturais, é necessário avaliar a percepção de risco que diferentes grupos populacionais têm diante das funções que desempenham. Muitos estudos realizados dentro dessa perspectiva têm sido fundamentais para a discussão e promoção de melhorias para as condições de trabalho rural, no entanto, não se encontra pesquisas voltadas especificamente para avaliação da percepção de risco do trabalho nesta população. Para tanto, esse estudo se propõe a avaliar a percepção de risco do trabalho de mulheres ribeirinhas diretamente envolvidas no processo de produção artesanal da farinha. Trata-se de um estudo de caso com moradoras da comunidade São Lázaro, município de Caapiranga-AM, e uso de metodologia predominantemente qualitativa. Serão realizados dois grupos focais (7 a 10 participantes cada) sobre a percepção de risco da atividade laboral, além de questionários sobre presença e natureza de desconforto corporal/dor, condições de vida e acesso a serviço de saúde das mulheres. Os dados dos grupos focais serão transcritos e analisados segundo categorias que possam agrupar as respostas dos sujeitos da pesquisa. Os dados quantitativos serão tabulados em Excel. E por ultimo, será realizada a leitura dos dados com base nas teorias que dão suporte a esta pesquisa. O financiamento das viagens (embarcações) será custeado pelo CNPq, via edital 014/2014, conforme parceria com Drª Debora Cristina Bandeira Rodrigues (Serviço Social-UFAM) em seu projeto na mesma comunidade. Tal projeto será apreciado pelo Comitê de Ética, dentro do qual haverá adendos para ampliação da pesquisa.
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