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Dissertação
As mudanças temporais do uso da terra e da fragmentação florestal provocada pela expansão da monocultura do dendê (Elaeis guineensis Jacq.) em uma bacia hidrográfica no estado do Pará.
A microrregião de Tomé-Açu, nordeste paraense, é marcada pelas mudanças ocorrentes na paisagem devido ao boom do dendê (Elaeis guineensis Jacq.), monocultura marcante que acabou por reorganizar o espaço e a dinâmica territorial nesta parte da Amazônia. O Programa de Produção Sustentável de Óleo de...
Autor principal: | SILVA, Karen Cibelle Lameira da |
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Grau: | Dissertação |
Idioma: | pt_BR |
Publicado em: |
UFRA/MPEG
2023
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1976 |
Resumo: |
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A microrregião de Tomé-Açu, nordeste paraense, é marcada pelas mudanças ocorrentes na paisagem devido ao boom do dendê (Elaeis guineensis Jacq.), monocultura marcante que acabou por reorganizar o espaço e a dinâmica territorial nesta parte da Amazônia. O Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PPSOP), criado em 2010, previa o cultivo de 316 mil hectares de área plantada de palma de óleo até 2019, envolvendo mais de 30 municípios do nordeste paraense. Este contexto oferece uma oportunidade para que
a paisagem de uma fronteira de colonização antiga, moldada com distintos padrões de uso da terra ao longo do tempo, possa ser analisada sobre a ótica da ecologia de paisagem. Este trabalho tem como objetivo identificar os padrões espaciais e temporais de mudanças de usos da terra e o efeito dessas mudanças na estrutura da paisagem florestal na Bacia Hidrográfica do Rio Mariquita, município de Tomé-Açu, Pará, em uma escala multitemporal de dezesseis anos. As etapas metodológicas desta pesquisa foram divididas
em: (a) aquisição das imagens através do banco de dados da plataforma Google Earth Engine (GEE), (b) recorte e classificação das imagens através do programa ENVI v. 4.5, (c) elaboração de mapas temáticos da cobertura vegetal e uso da terra através do software ArcMap 10.5, (d) análise das trajetórias ambientais das mudanças na paisagem, (e) quantificação dos fragmentos de floresta remanescentes, (f) análise da estrutura da paisagem através da aplicação de métricas, com o auxílio do programa Fragstats v. 4.2.
Foi aplicada a classificação supervisionada (MaxVer) e coletado pontos em campo para a validação. Os índices usados foram: proporção ocupada (PLAND), densidade de fragmentos (PD), proximidade média (PROX-MN), índice da maior mancha (LPI) e conectividade (COHESION). A classificação obteve desempenho geral de 0,83 para o índice Kappa. A classe agropecuária foi a mais expressiva ao longo dos anos; diferentemente da floresta remanescente que obteve um declínio de quase 20%, levando a paisagem a um estado crítico de fragmentação. As trajetórias mostraram que 47,27% do total da área analisada (765,65 km²) converteu-se de floresta para palma de óleo. A paisagem da bacia é dominada por fragmentos menores que 0,5 ha, totalizando um aumento de 12,76% destes de 2002 para 2018. A área do maior fragmento diminuiu 33,29% e a densidade aumentou de 6,03 para 28,62 (nº de fragmentos/100 ha). A proximidade média entre os fragmentos foi maior em 2002, diferentemente do ano de
2018, quando houve uma diminuição no quantitativo de floresta remanescente, ocasionando assim maior isolamento e menor quantidade de habitat. A conectividade decresceu em quase 5% em 16 anos, fato que pode ser explicado pelo aumento do isolamento entre os fragmentos e pelo desaparecimento de remanescentes pequenos.
Constatou-se ainda que, mesmo com a diminuição do quantitativo de floresta
remanescente na área de estudo, as instruções normativas deliberadas pelo PPSOP estão
sendo seguidas dentro de suas conformidades, uma vez que a expansão da dendeicultura
tem ocorrido em áreas de agropecuária e vegetação secundária. Portanto, o entendimento
da dinâmica temporal e espacial da fragmentação na paisagem da BHRM contribuiu para
que seja considerada uma (re)formulação no que diz respeito às políticas de expansão da
palma de óleo, de forma que considere a paisagem como objeto da política e não somente
questões ligadas ao uso da terra e do desmatamento de áreas dentro das propriedades. |