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Dissertação
As mudanças temporais do uso da terra e da fragmentação florestal provocada pela expansão da monocultura do dendê (Elaeis guineensis Jacq.) em uma bacia hidrográfica no estado do Pará.
A microrregião de Tomé-Açu, nordeste paraense, é marcada pelas mudanças ocorrentes na paisagem devido ao boom do dendê (Elaeis guineensis Jacq.), monocultura marcante que acabou por reorganizar o espaço e a dinâmica territorial nesta parte da Amazônia. O Programa de Produção Sustentável de Óleo de...
Autor principal: | SILVA, Karen Cibelle Lameira da |
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Grau: | Dissertação |
Idioma: | pt_BR |
Publicado em: |
UFRA/MPEG
2023
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1976 |
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ir-123456789-19762023-05-18T20:47:43Z As mudanças temporais do uso da terra e da fragmentação florestal provocada pela expansão da monocultura do dendê (Elaeis guineensis Jacq.) em uma bacia hidrográfica no estado do Pará. SILVA, Karen Cibelle Lameira da http://lattes.cnpq.br/3761418169454490 VIEIRA, Ima Célia Guimarães ALMEIDA, Arlete Silva de http://lattes.cnpq.br/1511094180664778 Dendê - Monocultura Elaeis guineensis Palma de óleo Métricas de paisagem Bacia hidrográfica Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma Sustainable Palm Oil Production Program Hydrographic basin A microrregião de Tomé-Açu, nordeste paraense, é marcada pelas mudanças ocorrentes na paisagem devido ao boom do dendê (Elaeis guineensis Jacq.), monocultura marcante que acabou por reorganizar o espaço e a dinâmica territorial nesta parte da Amazônia. O Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PPSOP), criado em 2010, previa o cultivo de 316 mil hectares de área plantada de palma de óleo até 2019, envolvendo mais de 30 municípios do nordeste paraense. Este contexto oferece uma oportunidade para que a paisagem de uma fronteira de colonização antiga, moldada com distintos padrões de uso da terra ao longo do tempo, possa ser analisada sobre a ótica da ecologia de paisagem. Este trabalho tem como objetivo identificar os padrões espaciais e temporais de mudanças de usos da terra e o efeito dessas mudanças na estrutura da paisagem florestal na Bacia Hidrográfica do Rio Mariquita, município de Tomé-Açu, Pará, em uma escala multitemporal de dezesseis anos. As etapas metodológicas desta pesquisa foram divididas em: (a) aquisição das imagens através do banco de dados da plataforma Google Earth Engine (GEE), (b) recorte e classificação das imagens através do programa ENVI v. 4.5, (c) elaboração de mapas temáticos da cobertura vegetal e uso da terra através do software ArcMap 10.5, (d) análise das trajetórias ambientais das mudanças na paisagem, (e) quantificação dos fragmentos de floresta remanescentes, (f) análise da estrutura da paisagem através da aplicação de métricas, com o auxílio do programa Fragstats v. 4.2. Foi aplicada a classificação supervisionada (MaxVer) e coletado pontos em campo para a validação. Os índices usados foram: proporção ocupada (PLAND), densidade de fragmentos (PD), proximidade média (PROX-MN), índice da maior mancha (LPI) e conectividade (COHESION). A classificação obteve desempenho geral de 0,83 para o índice Kappa. A classe agropecuária foi a mais expressiva ao longo dos anos; diferentemente da floresta remanescente que obteve um declínio de quase 20%, levando a paisagem a um estado crítico de fragmentação. As trajetórias mostraram que 47,27% do total da área analisada (765,65 km²) converteu-se de floresta para palma de óleo. A paisagem da bacia é dominada por fragmentos menores que 0,5 ha, totalizando um aumento de 12,76% destes de 2002 para 2018. A área do maior fragmento diminuiu 33,29% e a densidade aumentou de 6,03 para 28,62 (nº de fragmentos/100 ha). A proximidade média entre os fragmentos foi maior em 2002, diferentemente do ano de 2018, quando houve uma diminuição no quantitativo de floresta remanescente, ocasionando assim maior isolamento e menor quantidade de habitat. A conectividade decresceu em quase 5% em 16 anos, fato que pode ser explicado pelo aumento do isolamento entre os fragmentos e pelo desaparecimento de remanescentes pequenos. Constatou-se ainda que, mesmo com a diminuição do quantitativo de floresta remanescente na área de estudo, as instruções normativas deliberadas pelo PPSOP estão sendo seguidas dentro de suas conformidades, uma vez que a expansão da dendeicultura tem ocorrido em áreas de agropecuária e vegetação secundária. Portanto, o entendimento da dinâmica temporal e espacial da fragmentação na paisagem da BHRM contribuiu para que seja considerada uma (re)formulação no que diz respeito às políticas de expansão da palma de óleo, de forma que considere a paisagem como objeto da política e não somente questões ligadas ao uso da terra e do desmatamento de áreas dentro das propriedades. The microregion of Tomé-Açu, northeastern Pará, is marked by changes in the landscape due to the oil palm boom (Elaeis guineensis Jacq.), A remarkable monoculture that ended up reorganizing the space and territorial dynamics in this part of the Amazon. The Sustainable Palm Oil Production Program (PPSOP), created in 2010, provided for the cultivation of 316 thousand hectares of oil palm planted area by 2019, involving more than 30 municipalities in northeastern Pará. This context offers an opportunity for the landscape of an ancient colonization frontier, shaped with different land use patterns over time, to be analyzed from the perspective of landscape ecology. This work aimed to identify the spatial and temporal patterns of land use changes and the effect of these changes on the structure of the forest landscape in the Mariquita River Basin in the municipality of Tomé-Açu, Pará, on a sixteen-year multitemporal scale. The methodological steps of this research were divided into: (a) image acquisition through the Google Earth Engine (GEE) platform database, (b) image clipping and classification through the ENVI v. 4.5, (c) elaboration of thematic maps of vegetation cover and land use using the ArcMap 10.5 software, (d) analysis of the environmental trajectories of landscape changes, (e) quantification of the remaining forest fragments, (f) analysis of the structure of the landscape through the application of metrics, with the aid of the program Fragstats v. 4.2. Supervised classification (MaxVer) was applied and points were collected in the field for validation. The indices used were: occupied proportion (PLAND), fragment density (PD), medium proximity (PROX-MN), largest spot index (LPI) and connectivity (COHESION). The classification obtained an overall performance of 0.83 for the Kappa index. The agricultural class was the most expressive over the years; unlike the remaining forest, which declined by almost 20%, leading the landscape to a critical state of fragmentation. The trajectories showed that 47.27% of the total area analyzed (765.65 km²) left the forest for oil palm. The basin landscape is dominated by fragments smaller than 0.5 ha, totaling an increase of 12.76% from 2002 to 2018. The area of the largest fragment decreased by 33.29% and the density increased from 6.03 to 28, 62 (number of fragments / 100 ha). The average proximity between the fragments was greater in 2002, differently from 2018, when there was a decrease in the amount of remaining forest, thus causing greater isolation and less habitat. Connectivity has decreased by almost 5% in 16 years, a fact that can be explained by the increased isolation between the fragments and the disappearance of small remnants. It was also found that, even with the decrease in the amount of forest remaining in the study area, the normative instructions deliberated by the PPSOP are being followed within its conformities, since the expansion of oil palm has occurred in areas of agriculture and secondary vegetation. Therefore, the understanding of the temporal and spatial dynamics of fragmentation in the BHRM landscape has contributed to its being considered a (re)formulation with regard to oil palm expansion policies, in a way that considers the landscape as an object of policy and not only issues related to land use and deforestation of areas within properties. 2023-05-18T20:45:10Z 2023-05-18T20:45:10Z 2023-05-18 Dissertation SILVA, Karen Cibelle Lameira da. As mudanças temporais do uso da terra e da fragmentação florestal provocada pela expansão da monocultura do dendê (Elaeis guineensis Jacq.) em uma bacia hidrográfica no estado do Pará. Orientador: Ima Célia Guimarães Vieira. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas/Botânica Tropical) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2023. Disponível em: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1976. Acesso em: . CDD: 577.3409811 http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1976 pt_BR Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 United States http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/ application/pdf UFRA/MPEG |
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Repositório Institucional - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA |
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A microrregião de Tomé-Açu, nordeste paraense, é marcada pelas mudanças ocorrentes na paisagem devido ao boom do dendê (Elaeis guineensis Jacq.), monocultura marcante que acabou por reorganizar o espaço e a dinâmica territorial nesta parte da Amazônia. O Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PPSOP), criado em 2010, previa o cultivo de 316 mil hectares de área plantada de palma de óleo até 2019, envolvendo mais de 30 municípios do nordeste paraense. Este contexto oferece uma oportunidade para que
a paisagem de uma fronteira de colonização antiga, moldada com distintos padrões de uso da terra ao longo do tempo, possa ser analisada sobre a ótica da ecologia de paisagem. Este trabalho tem como objetivo identificar os padrões espaciais e temporais de mudanças de usos da terra e o efeito dessas mudanças na estrutura da paisagem florestal na Bacia Hidrográfica do Rio Mariquita, município de Tomé-Açu, Pará, em uma escala multitemporal de dezesseis anos. As etapas metodológicas desta pesquisa foram divididas
em: (a) aquisição das imagens através do banco de dados da plataforma Google Earth Engine (GEE), (b) recorte e classificação das imagens através do programa ENVI v. 4.5, (c) elaboração de mapas temáticos da cobertura vegetal e uso da terra através do software ArcMap 10.5, (d) análise das trajetórias ambientais das mudanças na paisagem, (e) quantificação dos fragmentos de floresta remanescentes, (f) análise da estrutura da paisagem através da aplicação de métricas, com o auxílio do programa Fragstats v. 4.2.
Foi aplicada a classificação supervisionada (MaxVer) e coletado pontos em campo para a validação. Os índices usados foram: proporção ocupada (PLAND), densidade de fragmentos (PD), proximidade média (PROX-MN), índice da maior mancha (LPI) e conectividade (COHESION). A classificação obteve desempenho geral de 0,83 para o índice Kappa. A classe agropecuária foi a mais expressiva ao longo dos anos; diferentemente da floresta remanescente que obteve um declínio de quase 20%, levando a paisagem a um estado crítico de fragmentação. As trajetórias mostraram que 47,27% do total da área analisada (765,65 km²) converteu-se de floresta para palma de óleo. A paisagem da bacia é dominada por fragmentos menores que 0,5 ha, totalizando um aumento de 12,76% destes de 2002 para 2018. A área do maior fragmento diminuiu 33,29% e a densidade aumentou de 6,03 para 28,62 (nº de fragmentos/100 ha). A proximidade média entre os fragmentos foi maior em 2002, diferentemente do ano de
2018, quando houve uma diminuição no quantitativo de floresta remanescente, ocasionando assim maior isolamento e menor quantidade de habitat. A conectividade decresceu em quase 5% em 16 anos, fato que pode ser explicado pelo aumento do isolamento entre os fragmentos e pelo desaparecimento de remanescentes pequenos.
Constatou-se ainda que, mesmo com a diminuição do quantitativo de floresta
remanescente na área de estudo, as instruções normativas deliberadas pelo PPSOP estão
sendo seguidas dentro de suas conformidades, uma vez que a expansão da dendeicultura
tem ocorrido em áreas de agropecuária e vegetação secundária. Portanto, o entendimento
da dinâmica temporal e espacial da fragmentação na paisagem da BHRM contribuiu para
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