O agronegócio na Amazônia, com práticas que de manejo do solo inadequadas, e concentração de terras, constitui-se, comprovadamente, o principal vilão da destruição da natureza na região pela remoção de grandes áreas florestadas e degradação ambiental. A agricultura familiar se apresenta como alternativa modeladora de um desenvolvimento menos excludente e ambientalmente mais equilibrado. E a política de criação de assentamentos rurais - com a finalidade de ser um espaço comum de moradia e de produção agrícola para famílias -, foi tida como uma alternativa para minimizar a concentração fundiária. No entanto, em pesquisas recentes, constatou-se que os assentamentos, entregues pelo INCRA, em que se desenvolve, em pequena escala, atividades agropecuárias familiar e pecuária são tidos como responsáveis por parcela de desmatamento na Amazônia. Baseado neste contexto, neste trabalho, propôs-se a análise cronológica das informações pertinentes ao uso/ocupação de solo do assentamento Paulo Fonteles (APF) para analisar possíveis mudanças ocorridas no local ao longo da variação temporal e levantar hipóteses sobre tal circunstância e causas de mudança. Verificou-se expressiva mudança no padrão da paisagem ao longo do tempo, dada as
diversificações de atividades que foram incorporadas, de acordo com os recursos naturais disponíveis e práticas agrícolas adotadas. No APF ainda se pratica a agricultura convencional de corte e queima, que promove rápida perda fertilidade do solo, erosão, reduz a atividade biológica etc. Entende-se que a melhor estratégia para o desenvolvimento sustentável na área e fortalecer a agricultura familiar é a
prática da agricultura de base agroecológica, com seus sistemas ambiental e socialmente funcionais, mais voltada a processos ecológicos naturais, e a introdução de sistemas agroflorestais, o que permite diversificação da produção e preservação do meio ambiente.
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