Esta pesquisa atravessa meu processo criativo de construção cênica, enveredada em meus trajetos de vida, religiosidade e acadêmico. Nasceu da observação dos estados de corpo e de consciência, respectivamente: corpo torturado, em transe e em crise, tendo como base teórica e metodológica a Etnocenologia que enfatiza o trinômio artista-pesquisador-particpante, valendo-se das relações entre o saber popular do terreiro e o saber cientifico, indissociado deste estudo, apresentei um resultado cênico, denominado Tríade Corpórea em Solo: Veredas da Ancestralidade Negra. O reconhecimento de minha negritude. Três estados de corpo distintos, com significados específicos são base para a elaboração de partituras corporais, tornamse um corpo uno a partir das contrações musculares involuntárias e recorrentes que os mesmos processam nestes estados de corpo e sua resultante em solo. Esta pesquisa descritiva integrada ao trabalho solo prioriza o trabalho e o corpo do ator, fui ao encontro de premissas que pensem a cena teatral a partir de um novo olhar, priorizei o cotidiano do terreiro, as experiências de vida e a religiosidade, para deles extrair potencialidades criadoras. Enveredo pelas noções propostas por Armindo Bião na perspectiva da Etnocenologia, numa travessia pelos estados de corpo e de consciência, dialogo também com Vicente Salles e apresento um sobrevôo pela historicidade do negro no Pará.
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