A dissertação analisa os desafios do trabalho docente na educação básica em meio à pandemia da Covid-19. O estudo foi desenvolvido com educadores da rede municipal de ensino de Manaus, buscando compreender como ocorreu o processo de adaptação dos professores ao Ensino Remoto Emergencial e quais foram as adversidades enfrentadas por eles durante sua jornada de trabalho, apresentando questões reincidentes com relação ao trabalho docente e a sua precarização, intensificada durante a pandemia. Sustentamos que o processo neoliberal amplia as relações de precarização do trabalho docente nas escolas públicas da rede municipal de ensino de Manaus e que esse contexto se torna mais brutal a partir da pandemia de Covid-19, quando o professor teve que adaptar-se a uma nova realidade abruptamente, sem conseguir se reorganizar de maneira satisfatória. Nossa escolha teórica metodológica sustentou-se no materialismo histórico-dialético para a compreensão do objeto e da realidade que estava sendo evidenciada a partir dos fatos, trazendo categorias como contradição, totalidade, mediação e práxis. Os dados co letados foram devidamente tratados, organizados e analisados a partir da análise temática proposta na investigação. Para o recolhimento dos dados, além da pesquisa bibliográfica e documental, utilizamos a pesquisa empírica como ferramenta de coleta, aplica ndo um roteiro de entrevista semiestruturada com os sujeitos da pesquisa, que são os professores da SEMED atuantes no Ensino Fundamental I (anos iniciais). Com base nesta investigação, verificamos que o trabalho docente durante a pandemia tornou -se mais precarizado, evidenciando a intensificação da exploração da força de trabalho docente, gerando consequências relevantes, tais como: estresse, sentimento de frustração, adoecimento físico e psicológico a estes profissionais. Este estudo está organizado em três capítulos, utilizando autores como Marx (1998; 2004; 2006; 2013); Kosik (1969); Konder (1992); Lukács (2003); Meszáros (1981;2006); Tardif e Lessard (2009); Antunes (2005; 2009; 2020); Fernandes (1975); Azzi (2012); Libâneo (2010); Pimenta (2012); Freitas (2018); Silva (2018); Silva (2019); Mourão (2006); Palú (2020), e Andrade; Negrão; Vilaça (2021), que fazem parte da construção teórica da pesquisa, sustentandose no materialismo histórico-dialético, base para esta investigação. Políticas públicas que busquem amparar a categoria de professores ainda é uma utopia, salientando que, durante a pandemia, questões que faziam parte do cotidiano escolar e que eram ocultadas intensificaram-se neste processo, indicando a ampliação da carga horária de trabalho, má remuneração para estes profissionais e a escassez de uma formação continuada de qualidade, acentuando e fortalecendo a precarização do trabalho docente nas escolas públicas da rede municipal de Manaus diante do modelo neoliberal sustentado pelo capital.
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