Dissertação

Subpopulações de linfócitos T associados a perda óssea em pessoas vivendo com HIV/AIDS com carga viral controlada

Com o advento da terapia antirretroviral combinada (TARV), o número de pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) com idade acima dos 50 anos está aumentando e, com ele, uma crescente incidência de comorbidades idade-dependente, dentre elas a perda óssea. A causa da perda óssea precoce nas PVHA é influenci...

ver descrição completa

Autor principal: Pinheiro, Rebeca de Souza
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/1850977607632337
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2024
Assuntos:
.
HIV
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10116
Resumo:
Com o advento da terapia antirretroviral combinada (TARV), o número de pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) com idade acima dos 50 anos está aumentando e, com ele, uma crescente incidência de comorbidades idade-dependente, dentre elas a perda óssea. A causa da perda óssea precoce nas PVHA é influenciada por uma ativação imunitária crônica e uma inflamação sistémica. Tais manifestações têm sido caracterizadas por subpopulações de linfócitos T hiperativados e fatores secretados por eles e por isso a definição desses fenótipos pode servir como bons marcadores de perda óssea em PVHA. O objetivo do estudo é avaliar que fenótipos de subpopulações de linfócitos TCD4+ e TCD8+ estão associadas a perda óssea em pessoas vivendo com HIV com carga viral controlada. O estudo foi executado na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado onde o recrutamento foi realizado por conveniência com 50 pacientes acima de 40 anos para o exame de densitometria óssea. Amostras de sangue periférico foram coletadas para realização do isolamento de células mononucleares de sangue periférico e criopreservadas a -80º C a fim de avaliar a fenotipagem de subpopulações de linfócitos TCD4+ e TCD8+ por citometria de fluxo. A imunofenotipagem quantificou subpopulações de linfócitos com perfil regulatório (PD-1 e CTLA-4), de ativação (HLA-DR), de atividade proliferativa (Ki-67) e de produtores de citocinas IL-10, IFNγ e TNFα por marcação intracitoplasmática. Dos 50 pacientes, 48 retornaram com o resultado de DMO: 13 osteoporose (4H,9M), 23 osteopenia (14H,9M) e 13 normal (10H,2M). Amostras de 34 PVHA estavam em condições de viabilidade celular acima dos 90% e foram reagrupados em: normal (11H) e osteopenia (10H; 9M). Quatro amostras de mulheres com osteoporose não foram incluídas devido incompatibilidade na comparação. Os dados de imunofenotipagem mostram que as populações TCD4+ e TCD8+ dos pacientes osteopênicos tem atividade proliferativa maior que os pacientes com DMO normal. Em relação ao perfil regulatório, os osteopênicos possuem uma quantidade menor de células CD4+CD3+CTLA-4+ e CD8+CD3+PD-1+ do que as PVHA com saúde óssea normal. Entretanto, as células CD4+CD3+CTLA-4+ nos osteopênicos apresentam níveis maiores de marcadores de ativação HLADR e CD69. A expressão a nível intracitoplasmático de IFNγ e TNFα pelas células CD4+CD3+CTLA-4+ mostrou comportamentos desiguais entre as PVHA com ou sem perda óssea. A mesma divergência ocorreu com os níveis de IFNγ intracitoplasmáticos em células TCD8+ PD1+. Nossos resultados sugerem que estes perfis de linfócitos TCD4+ e TCD8+ circulantes podem ter um papel na patogênese da osteopenia e osteoporose em PVHA.