O Programa Bolsa Família constitui-se uma estratégia para o enfrentamento da pobreza no
Brasil. Desde seu surgimento, milhões de famílias foram beneficiadas. O estudo teve como
objetivo geral analisar a implementação do Programa Bolsa Família em comunidades
ribeirinhas rurais do município de Barreirinha/AM, considerando as expressões da questão
social no contexto Amazônico, bem como os específicos: (a) identificar o perfil das
famílias ribeirinhas beneficiarias do PBF, considerando o contexto regional; (b) conhecer
as ações desenvolvidas pela gestão do PBF quanto ao acesso e ao acompanhamento das
famílias beneficiárias; e (c) desvelar os efeitos do PBF na realidade das famílias
beneficiárias. Em relação à metodologia, trata-se de pesquisa do tipo explicativa, com
abordagem qualitativa, mediante a pesquisa de campo. Os sujeitos da pesquisa
(informantes-chave) foram três (03) profissionais que atuaram na gestão do PBF no
município de Barreirinha/AM no período 2013-2019; e vinte (20) famílias beneficiárias do
PBF moradoras da Agrovila do Caranã, área rural do município de Barreirinha/AM. Em
relação aos principais resultados, contatou-se no perfil das famílias beneficiárias da
Agrovila do Caranã que o Responsável Familiar é majoritariamente mulher, na faixa etária
de 35 a 50 anos, e parcela significativa vivem em união estável, com composição familiar
entre 5 e 8 membros. Sobre a escolaridade, grande maioria apresenta apenas o nível
fundamental completo e sua principal profissão é à atividade agrícola. Quanto às ações
desenvolvidas pela gestão do PBF evidenciou-se que o trabalho é realizado de forma
articulada com as políticas públicas que estruturam o PBF, sendo a busca-ativa a principal
estratégia utilizada. Embora haja um trabalho articulado, ainda persiste um tensionamento
dos profissionais em relação ao trabalho de maneira integrada. Constataram-se efeitos
positivos do PBF na vida das famílias ribeirinhas, sendo um dos principais a ampliação ao
acesso à alimentação. Por fim, a implementação do PBF no contexto amazônico constituise um desafio frente às demandas regionais, sobretudo pelo fator geográfico, que tem sido
um gargalo para a gestão do Programa e, consequentemente, para o acesso das famílias
beneficiárias.
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