Esta pesquisa tem como objetivo investigar o processo de ensino e aprendizagem da química in
situ oferecido pelo Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM), considerando o
olhar daqueles que vivenciam a comunidade escolar e que se encontram nas escolas presenciais,
mais especificamente, nas comunidades, distante do lugar de onde é concebido o ensino.
Importa, neste contexto, promover a equidade como princípio educativo, dando “visibilidade”
à mensagem emitida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) para 2030, que enfatiza assegurar a equidade na valorização dos estudantes,
sendo imprescindível a participação de todos. Particularmente, o ensino de química oferecido
pelo CEMEAM vem acontecendo há algum tempo, porém, sem um conhecimento a respeito de
como o ensino é pensado para o público do interior e de sua realidade. Tal circunstância suscitou
o seguinte questionamento de pesquisa: De que forma a percepção dos estudantes e
professores de escolas do CEMEAM contribuem para a promoção de uma Pedagogia
Culturalmente Relevante nas aulas de Química?Assim, essa pesquisa segue o seu rumo,
apoiando-se em teóricos da Pedagogia Culturalmente Relevante (Gloria Ladson-Billing,
Geneva Gay); da etnografia (Goetz e Lecompte e Pierre Bourdieu) e da narrativa (Jean
Clandinin e Michael Connelly). O estudo apresenta uma abordagem qualitativa do tipo
etnográfico e inclui a presença do pesquisador em três (3) escolas públicas estaduais situadas
nas regiões metropolitanas de Manaus, realizando observações in situ e fazendo o uso de
entrevistas, anotações de campo, notas e fotografias. Posteriormente, os dados foram utilizados
para Análise Textual Discursiva. A pesquisa revelou que o ensino de química no CEMEAM é
predominantemente tradicional e expositivo, exacerbado por falhas nas transmissões e
interrupções energéticas, sem estratégias eficazes para mitigar tais questões. A integração da
cultura local no conteúdo é esporádica e fica a critério dos professores ministrantes, resultando
em práticas que não são consistentes nem sistematizadas. Essa situação aponta para a premência
de uma reformulação pedagógica que desenvolva plenamente os pilares da PCR e adapte o
ensino à complexidade cultural eambiental da Amazônia, promovendo uma educação mais
equitativa e cultivando a consciência cultural dos alunos.
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